
Imagine estar numa situação de vulnerabilidade extrema, confiando sua saúde a um profissional que deveria zelar por seu bem-estar, e descobrir que essa confiança foi brutalmente traída. Foi exatamente isso que aconteceu com várias mulheres no Recife, num caso que está dando o que falar.
A Justiça de Pernambuco — pasmem — acaba de condenar um médico e o hospital onde ele atendia a pagarem indenizações por danos morais. Os valores? R$ 15 mil para cada uma das mulheres que sofreram abusos durante consultas ginecológicas. Não é pouca coisa, mas será que compensa o trauma?
O que realmente aconteceu nas consultas?
Segundo a decisão da 11ª Vara Cível do Recife, o médico praticava atos que iam muito, mas muito além do aceitável durante os exames. Estamos falando de toques desnecessários, comentários absolutamente inapropriados e — isso me revolta — até mesmo gravações das consultas sem o menor consentimento das pacientes.
Pensa na situação: você está lá, exposta física e emocionalmente, e descobre depois que estava sendo filmada. É de gelar a espinha.
Hospital também na mira da Justiça
O que me deixa ainda mais perplexo é que o hospital foi condenado solidariamente. A Justiça entendeu que a instituição tinha, sim, responsabilidade sobre o que acontecia dentro de suas dependências. E faz todo sentido — se você contrata um profissional, tem que fiscalizar seu trabalho, né?
O caso veio à tona depois que uma corajosa mulher decidiu não se calar. Ela relatou à polícia que o médico fez perguntas constrangedoras sobre sua vida sexual durante a consulta e — atenção — toques que ela descreveu como "desnecessários e prolongados".
O que a defesa tentou argumentar?
O advogado do médico — preparem-se — teve a ousadia de dizer que as acusações eram "genéricas" e que não havia provas concretas. Só que aí é que está: as pacientes relataram padrões de comportamento tão similares que fica difícil acreditar que eram meras coincidências.
E sabe o que é pior? O hospital tentou se esquivar da responsabilidade, mas a juíza Mariana Lobo de Arruda foi categórica: "Há dever de indenizar quando ficam caracterizados os danos morais". Pronto, acabou.
Um alerta para todas as mulheres
Esse caso serve como um daqueles alertas que a gente não gosta de dar, mas precisa. Durante consultas íntimas:
- Você tem direito a ter uma acompanhante
- O profissional deve explicar cada procedimento
- Qualquer toque deve ter finalidade médica clara
- Comentários pessoais são totalmente inadequados
Se algo parecido já aconteceu com você, saiba que não está sozinha. E mais importante: você tem o direito — e o dever — de denunciar.
A decisão judicial envia uma mensagem clara: o consultório médico não é território livre para abusos. E ainda bem, porque algumas coisas simplesmente não podem passar em branco.