
Uma cena de extrema covardia chocou moradores do Distrito Federal nesta terça-feira (20). Um homem, cuja única preocupação era garantir o sustento do dia a dia, tornou-se alvo da mais pura maldade urbana. João Silva, 72 anos, vendedor ambulante, foi agredido com violência brutal por um meliante que não hesitou em tudo levar.
O caso aconteceu por volta das 14h, numa rua movimentada do Setor Comercial Sul — sim, onde deveria haver gente, movimento, olhos. A ironia é amarga. As câmeras de segurança flagraram cada detalhe angustiante: o criminoso se aproxima como quem não quer nada, num passo disfarçado de normalidade. De repente, num golpe rápido e sujo, ele derruba o senhor com uma força desproporcional, cruel.
João cai no chão. A carteira some. E o ladrão some também, deixando pra trás não só um idoso machucado, mas um pedaço da confiança de qualquer cidadão que precise trabalhar na rua.
► A frieza do crime e a solidão da vítima
O que mais corta a alma não é só o roubo — é a frieza. O bandido não corre. Ele anda, quase sem pressa, como se soubesse que nada ia acontecer. Ninguém por perto reagiu a tempo. Ninguém viu? Ou ninguém agiu?
João, ainda atordoado, conseguiu se levantar sozinho. Machucado, assustado, mas com a dignidade ferida mais que o corpo. Ele perdeu documentos, um pouco de dinheiro e, quem sabe, aquele resto de esperança que ainda guardava num dia tranquilo de trabalho.
A polícia foi acionada, mas até agora… silêncio
O caso foi registrado na delegacia mais próxima, mas como tantos outros, esfria a cada hora que passa sem respostas. As imagens estão sob análise — dizem. Testemunhas são procuradas — afirmam. Mas a pergunta que fica é: quantos Joãos precisam ser derrubados antes que algo mude?
Enquanto isso, redes sociais fervem. É aquela mistura de revolta e impotência que a gente já conhece bem. Todo mundo compartilha, todo mundo comenta, todo mundo tem um palpite. Mas e a ação? Cadê?
Esse não é um caso isolado. É sintoma de algo podre. Algo que a gente evita falar no jantar de domingo, mas que está ali, na esquina, todo santo dia.
O idoso, abalado, recebeu apoio de alguns vizinhos — gente comum, como a gente, tentando fazer o mínimo num mundo que pede o máximo. Mas isso é o bastante? Duvido.