FELCA Vira Frente Parlamentar em SC: A Luta Contra a Adultização e Exploração Infantil Ganha Força Oficial
FELCA vira frente parlamentar contra exploração infantil em SC

Parece que finalmente algo de concreto está saindo do papel em Santa Catarina. E não, não é mais um projeto de lei que vai morrer na gaveta — desta vez, a coisa é séria. A Federação Luterana do Centro-Norte América (FELCA), uma entidade com um histórico impecável na defesa dos vulneráveis, acaba de ganhar um status inédito no estado: virou o nome oficial de uma frente parlamentar.

Mas calma aí, não é só mais um título bonito. A Frente Parlamentar de Combate à Adultização e à Exploração Infantil, abraçada pela Assembleia Legislativa de SC, promete ser um divisor de águas. A cerimônia de lançamento, na última terça-feira (20), foi daquelas que dão um frio na espinha — no bom sentido. Lá estavam não só políticos, mas representantes de um monte de entidades da sociedade civil, todos com a mesma cara de "chega de conversa mole".

O que diabos é "adultização infantil"?

Ah, essa é a pergunta que não quer calar. A gente até ouve falar, mas pouca gente realmente entende a gravidade. Não se trata apenas de meninas usando maquiagem pesada ou crianças cantando funk com letras explícitas — vai muito além. É a roupa inadequada, a erotização precoce, a pressão para que assumam responsabilidades de gente grande, a exposição nas redes sociais... é, basicamente, roubar a infância de uma criança aos pouquinhos.

E a exploração? Bem, essa é a parte mais suja e óbvia do problema. Trabalho infantil, abuso sexual, tráfico — crimes que ainda assombram nosso estado, mesmo que a gente prefira fingir que não existem.

Quem está por trás dessa mobilização?

O deputado estadual Volnei Weber (MDB), que assumiu a presidência da frente, parece estar realmente comprometido com a causa. Durante o evento, ele não economizou palavras: "Temos que enfrentar esse mal pela raiz", disparou, com uma convicção que raramente se vê em discursos políticos. Junto dele, o pastor da FELCA, Michael Krog, trouxe um tom mais reflexivo, mas não menos contundente, lembrando que proteger as crianças é um dever de todos — não só do estado.

E não para por aí. A vice-presidência ficou com a deputada Marlene Fengler (PSD), e a secretaria com o deputado Bruno Souza (Novo). Um time que, pelo menos no papel, parece saber que o assunto exige mais do que posar para foto.

E agora, o que vai mudar?

Bom, a frente parlamentar não é uma varinha mágica que resolve tudo da noite pro dia. Mas é um instrumento poderoso. Ela vai funcionar como uma espécie de central de inteligência, reunindo dados, promovendo debates públicos — aqueles de verdade, não aqueles monólogos entediantes — e, o mais importante, pressionando por políticas públicas efetivas.

Imagine campanhas de conscientização que realmente cheguem nas pessoas, projetos de lei com dentes afiados, uma fiscalização que funcione... parece utopia? Talvez. Mas é um começo. Um começo que parte de uma premissa simples, mas brutalmente negligenciada: criança tem que ser criança. Ponto final.

O caminho é longo e cheio de obstáculos, isso ninguém dúvida. Mas pela primeira vez em muito tempo, parece que Santa Catarina decidiu encarar o problema de frente. E isso, convenhamos, já é uma vitória e tanto.