
Eis que a noite de quarta-feira (21) em Itajaí, litoral norte catarinense, fica marcada por mais um daqueles casos que misturam falta de caráter e quebra de confiança. Tudo aconteceu no Bairro Cordeiros, um ponto conhecido da vida noturna local, por volta das 23h.
Um caminhoneiro — aquele profissional que cruza o país nas estradas — combinou um programa com uma trabalhadora do sexo, uma travesti, pelo valor de trezentos reais. O combinado, como se sabe, não é caro. Mas parece que até isso foi pesado demais para o bolso — ou para a índole — do sujeito.
Ele não só participou do programa como, logo depois, simplesmente… evaporou. Deu o calote. Deixou a profissional para trás sem pagar um centavo pelo serviço prestado. Uma atitude, no mínimo, covarde.
A revolta e o chamado à polícia
Imagina a cena: a sensação de violação, de desrespeito puro. A travesti, obviamente indignada com a situação, não pensou duas vezes. Acionou a Polícia Militar. Afinal, um acordo é um acordo — e ninguém merece sair no prejuízo depois de cumprir a sua parte.
Segundo o registro, a guarnição chegou ao local, averiguou a situação e… bem, não havia mais muito o que fazer. O caminhoneiro já tinha sumido — feito fumaça — e não foi localizado. Um final, no mínimo, frustrante para todos, menos para o caloteiro.
Um retrato de um problema maior?
Casos assim, infelizmente, não são tão raros quanto a gente gostaria. Eles revelam uma vulnerabilidade gigante que profissionais do sexo enfrentam todos os dias: a total desproteção perante a lei e a possibilidade constante de serem vítimas de golpes, violência e humilhação.
E a pergunta que fica é: até quando situações como essa vão se repetir sem que nada mude? Sem que haja um amparo legal mais consistente? A verdade é que, enquanto a sociedade finge que não vê, pessoas reais vivem dramas reais — como o dessa travesti em Itajaí.
O caso foi registrado como “incidente”, mas o incômodo que ele deixa é permanente. E você, leitor, o que pensa sobre isso?