
Um daqueles dias comuns que terminam em tragédia. Foi assim na última sexta-feira (22), no bairro do Jurunas, em Belém, quando a vida de uma mulher — até agora não identificada publicamente — foi interrompida brutalmente sob as rodas de um ônibus.
O motorista, um homem de 46 anos cujo nome também não foi divulgado, seguia pela Avenida Pedro Álvares Cabral quando, por razões ainda sob investigação, atingiu a vítima. Ela não resistiu.
E aqui é onde a coisa fica ainda mais pesada — e difícil de engolir. O condutor foi detido na hora, é claro. Mas numa reviravolta que deixou muita gente com a pulga atrás da orelha, ele recebeu direito à liberdade provisória após uma audiência de custódia. Sim, você leu certo: já está solto.
Não foi algo automático, vale destacar. A decisão saiu das mãos do juiz plantonista da 1ª Vara de Trânsito de Belém. Condições? Ele tem — teoricamente — que comparecer a todos os atos processuais e, claro, não pode deixar a cidade. Mas convenhamos: é de cortar o coração.
Enquanto isso, do outro lado dessa história, a família e os amigos se despediam da vítima. O sepultamento aconteceu no Cemitério Parque da Paz, no bairro do Benguí, num clima de luto e — é justo presumir — de revolta silenciosa.
O caso agora está registrado sob o número 2025.8.00.000000-0, naquela mesma vara de trânsito. A Polícia Civil, por sua vez, segue apurando os detalhes do que de fato aconteceu naquela avenida. Foi falha humana? Imperícia? Um conjunto terrível de fatores? A pergunta que fica, ecoando nas ruas do Jurunas: e agora?
O que se vê, no fim das contas, é mais um capítulo triste — e infelizmente comum — da violência no trânsito das grandes cidades. Uma vida perdida, uma família destruída, e um processo judicial que mal começou. A sensação é que a justiça, dessa vez, chegou de salto alto: devagar, e mostrando que nem sempre prioriza quem deveria.