
Imagine uma linha esticada do centro de Limeira até Campinas. Agora imagine que essa linha é afiada como uma lâmina. É exatamente isso que a Guarda Civil Municipal acabou de tirar das ruas: impressionantes 120 mil metros de material cortante usado em pipas.
A operação, que rolou durante todo o dia de quarta-feira, foi um verdadeiro pente-fino nas áreas onde o perigo costuma se esconder. E quando digo perigo, não é exagero — estamos falando de cerol e linha chilena, aquelas misturas traiçoeiras que transformam um simples lazer numa ameaça real.
O que exatamente foi apreendido?
Os números são de assustar qualquer um:
- 80 rolos de linha chilena — aquela que parece inofensiva mas corta como faca
- 40 vidros de cerol — a mistura de cola com vidro moído que virou pesadelo urbano
- Material suficiente para enroscar em fios elétricos, motociclistas e pedestres
Parece coisa de filme, mas é a pura realidade. E o pior? Muita gente ainda não entende a gravidade da situação.
Por que tanta preocupação?
Ah, mas é só uma brincadeira de criança, né? Errado. Mortalmente errado. Só no ano passado, a região registrou casos sérios — alguns fatais — envolvendo essas linhas assassinas. Motociclistas são as vítimas mais frequentes, mas pedestres também entram na estatística triste.
O tenente Almeida, que coordenou a operação, foi direto ao ponto: "Cada rolo que tiramos das ruas é uma vida que pode ser salva. Não dá pra brincar com isso." E ele tem toda razão.
Onde isso estava acontecendo?
As apreensões aconteceram em vários pontos da cidade, mas principalmente nas regiões periféricas onde o costume de empinar pipa ainda é forte. E olha, não é questão de acabar com a diversão — longe disso. O problema está no material usado, que transforma um passatempo saudável numa arma potencial.
Aliás, quem pensa que é só questão de multa está enganado. Usar ou vender esses materiais pode dar até cadeia, sabia? A lei é clara: é crime pôr em risco a segurança alheia.
E agora, o que fazer?
Se você tem o hábito de empinar pipa, faça isso com segurança. Linha comum resolve muito bem — e ninguém precisa correr risco. Se conhece alguém que usa essas misturas perigosas, converse. Alerte. Pode ser um amigo, um parente, um vizinho.
A Guarda mantém o telefone (19) 3451-8900 para denúncias. Não é delação — é proteção. Cada informação pode evitar uma tragédia.
No final das contas, a operação foi um sucesso. Mas o trabalho continua. Porque segurança pública, meu amigo, é isso: uma vigilância constante para que o simples ato de andar na rua não vire uma roleta-russa.