Terceira prisão no caso da menina encontrada morta em cacimba
A Polícia Civil do Pernambuco prendeu, nesta sexta-feira (7), a terceira pessoa suspeita de envolvimento no assassinato da menina Esther Izabelly Pereira da Silva, de 4 anos. A mulher foi detida no Cabo de Santo Agostinho, município da Região Metropolitana do Recife, sob acusação de ter participado da ocultação de provas e vestígios do crime que chocou a população.
De acordo com as investigações, a mulher mantinha um relacionamento com um dos dois homens já presos anteriormente e conhecia o outro envolvido no caso. Seu nome e idade não foram divulgados pelas autoridades policiais.
Detalhes do crime que comoveu o estado
Esther Izabelly desapareceu no dia 20 de outubro, quando saiu de casa para procurar os irmãos que brincavam em um campo de futebol na comunidade Ettore Labanca, no bairro do Pixete. A tragédia foi descoberta no dia seguinte, quando o tio da menina encontrou seu corpo dentro de uma cacimba com 3,7 metros de profundidade, coberta por uma laje de concreto, no quintal de uma residência.
O exame preliminar do corpo revelou que a criança apresentava sinais de espancamento na cabeça. A polícia também investiga a possibilidade de violência sexual, já que foram encontrados um preservativo e uma embalagem de achocolatado próximo ao local onde o corpo foi abandonado.
Participação dissimulada no caso
Em entrevista à TV Globo, o delegado Eduardo Cavalcanti, da 10ª Delegacia de Homicídios, revelou detalhes chocantes sobre a participação da mulher presa. Segundo ele, a suspeita entregou objetos usados no crime para serem queimados durante um protesto organizado pela família para chamar atenção sobre o desaparecimento da menina.
"Eles pegaram parte de materiais usados no crime, como colchões, colchas, lençóis, cama... Foi uma atitude bastante dissimulada por parte dos criminosos de ganharem a confiança de uma família desesperada", declarou o delegado.
A investigação também apurou que a mulher participou de uma limpeza profunda e recente no imóvel onde o corpo foi encontrado, utilizando grandes quantidades de água sanitária para tentar eliminar vestígios de sangue e DNA. A perícia, no entanto, conseguiu coletar evidências significativas mesmo após a tentativa de limpeza.
Fuga e prisão da suspeita
Com base nas provas coletadas, a Justiça expediu um mandado de prisão preventiva contra a mulher. Desde a última segunda-feira (3), ela era considerada foragida, conforme explicou o delegado Cavalcanti: "Ela não respondia mais aplicativo de mensagem e ninguém sabia mais onde ela estava. Ou seja, ela temendo, sabendo que tem a culpa da participação desse terrível assassinato, acabou se evadindo".
Após ser localizada e presa, a mulher foi levada ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Cordeiro, Zona Oeste do Recife, para prestar depoimento. O procedimento incluiu exame traumatológico no Instituto de Medicina Legal (IML), em Santo Amaro, centro da cidade, seguido de transferência para a Colônia Penal Feminina do Recife, na Iputinga.
Outros envolvidos no caso
Dois homens já estavam presos preventivamente pelo crime:
- Fernando Santos de Brito, 27 anos
- Fabiano Rodrigues de Lima, 31 anos
Eles respondem por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ambos moravam na casa onde o corpo de Esther Izabelly foi encontrado e foram inicialmente levados ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima. Posteriormente, foram transferidos para o Presídio de Itaquitinga, penitenciária de segurança máxima localizada na Zona da Mata de Pernambuco.
A polícia continua investigando a participação exata de cada um dos três presos no assassinato da menina e avalia a inclusão de outros crimes no inquérito policial.