
Parecia um dia comum no bairro de Santa Tereza, em Camaragibe, mas a movimentação era intensa numa casa aparentemente normal. Acontece que, por trás daquela fachada residencial, funcionava uma verdadeira indústria do crime — uma fábrica clandestina de bebidas que enganava consumidores e colocava a saúde pública em risco.
A Polícia Civil não deu sorte aos criminosos. Numa operação que começou cedo e se estendeu pela manhã desta terça-feira (8), os policiais botaram a boca no trombone e desmontaram toda a estrutura ilegal. E olha que o que encontraram não foi pouco: impressionantes 30 mil garrafas prontas para serem vendidas como se fossem legítimas.
O que a polícia encontrou
O cenário era digno de filme. Garrafas de todos os tipos — cervejas, vodkas, whiskies — empilhadas até o teto. Rótulos falsos, tampinhas, lacres, tudo muito bem organizado para parecer produto de verdade. Mas era pura enganação.
- 30 mil garrafas de diversas bebidas alcóolicas
- Rótulos falsificados de marcas conhecidas
- Equipamentos de envase e rotulagem
- Duas pessoas presas em flagrante
Os dois homens, cujos nomes ainda não foram divulgados, não tiveram como negar a atividade ilegal. Estavam com as mãos na massa, literalmente, quando a polícia chegou. Agora, respondem por crime contra as relações de consumo e formação de quadrilha — e a coisa pode ficar ainda mais feia.
Um perigo para a saúde pública
O que mais preocupa nesses casos, convenhamos, não é só o prejuízo financeiro dos consumidores. A questão é muito mais séria. Quem garante o que tinha dentro dessas garrafas? Alcool industrial? Produtos contaminados? Misturas perigosas?
Pois é. Os investigadores suspeitam que as bebidas — que tinham destino certo nos comércios de Pernambuco — poderiam causar desde simples intoxicações até danos permanentes à saúde. Uma roleta-russa alcoólica, basicamente.
O delegado responsável pela operação foi direto ao ponto: "Estamos falando de um risco calculado contra a população. Os criminosos sabem que estão vendendo veneno, mas o lucro fala mais alto".
Como a operação foi montada
Tudo começou com denúncias anônimas. Moradores da região estranhavam a movimentação constante de veículos na rua, sempre à noite e de madrugada. Desconfiaram que algo não cheirava bem — no sentido figurado, claro.
A polícia montou uma investigação discreta que durou semanas. Vigilância, acompanhamento de suspeitos, análise de padrões. Até que, com todas as provas em mãos, decidiram fechar o cerco.
E o timing não poderia ser melhor: a apreensão acontece justamente quando o comércio se prepara para as festas de fim de ano, período em que o consumo de bebidas alcóolicas dispara.
Agora, o material apreendido segue para análise pericial. As garrafas serão abertas, o líquido examinado, e os rótulos estudados minuciosamente. Tudo para fortalecer o caso contra os acusados — e, quem sabe, desmantelar outros elos da cadeia criminosa.
Enquanto isso, a população fica com o alerta: na hora de comprar bebidas, desconfie de preços muito baixos e sempre verifique a procedência. Porque, como ficou claro em Camaragibe, o barato pode sair muito, muito caro.