O tenente da Polícia Militar Henrique Otávio Oliveira Velozo deixou a prisão Romão Gomes, conhecida como Barro Branco, na Vila Albertina, zona norte de São Paulo, neste sábado, 15 de novembro de 2025. A soltura ocorreu após ele ser absolvido por júri popular no caso do homicídio do lutador de jiu-jítsu Leandro Lo.
O julgamento e a decisão dos jurados
O júri popular que resultou na absolvição do policial militar começou na quarta-feira, 12 de novembro, e terminou na sexta-feira, 14 de novembro, no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste da capital paulista. A maioria dos jurados decidiu que Henrique Velozo agiu em legítima defesa ao atirar contra o atleta.
O julgamento havia sido adiado duas vezes anteriormente. Estava inicialmente marcado para maio de 2025, sendo remarcado para agosto devido a um suposto cerceamento de defesa, e posteriormente transferido para novembro.
O crime que chocou o mundo esportivo
Leandro Lo, um dos maiores nomes do jiu-jítsu brasileiro, morreu aos 33 anos no dia 7 de agosto de 2022 após uma confusão durante um show de pagode no clube Sírio, na zona sul de São Paulo. De acordo com os autos do processo, o lutador e o policial militar se desentenderam, culminando com Velozo atirando contra Lo.
Desde a data do crime, o PM estava preso preventivamente. O tenente respondia por homicídio triplamente qualificado, crime cuja pena varia de 12 a 30 anos de prisão, conforme o artigo 121 do Código Penal.
Recurso e próximos passos
A batalha judicial está longe de terminar. O Ministério Público de São Paulo esperava que o policial fosse condenado a pelo menos 20 anos de prisão e já anunciou que vai recorrer da decisão de absolvição. Nos próximos dias, a Promotoria deve apresentar recurso que será analisado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Com a absolvição, a defesa do PM deve pedir a reintegração dele para que volte a atuar na corporação paulista. O caso continua gerando grande repercussão tanto no meio esportivo quanto na discussão sobre segurança pública e atuação policial.