
O clima no Denarc está tenso — e com razão. O coordenador-geral da instituição, Raimundo Nonato Júnior, resolveu falar abertamente sobre aquele caso que virou notícia em todo o Piauí: a anulação das provas contra a vereadora Tatiana Medeiros.
E ele foi direto ao ponto, sem rodeios. "O delegado não errou. O promotor também não." A frase, dita com convicção, ecoa nos corredores do Departamento de Narcóticos como um desabafo necessário.
O que realmente aconteceu?
A história é complexa, cheia de idas e vindas. A vereadora foi presa em flagrante — isso todo mundo sabe. Mas depois, veio a decisão judicial que anulou as provas. E aí começou o circo.
Nonato Júnior explica, com paciência de quem já viu muita coisa: "O trabalho foi feito dentro da lei. O problema não está na atuação policial ou ministerial". Ele faz uma pausa, escolhendo as palavras. "Às vezes, as interpretações da lei... bem, seguem caminhos diferentes."
O pulo do gato jurídico
O que muita gente não entende — e aqui está o detalhe crucial — é que a anulação das provas não significa, necessariamente, que alguém cometeu erro. Pode ser simplesmente uma questão de interpretação legal. Difícil de engolir? Pois é.
"Nossos profissionais agiram com base em entendimentos consolidados", defende o coordenador. "A decisão posterior não invalida o trabalho sério que foi realizado."
E agora, o que acontece?
O caso segue seu curso. A defensoria pública recorreu, o Ministério Público se manifestou — e o Denarc continua trabalhando. "Não vamos nos abater por isso", garante Nonato Júnior. "O combate ao tráfico segue sendo nossa prioridade máxima."
Ele finaliza com um tom que mistura resignação e determinação: "Cumpriram seu papel. Fizeram o que deveria ser feito. O resto... o resto fica com a Justiça".