Intervenção do GIR em presídio de Tremembé deixa familiares apreensivos
Agentes do GIR entram em presídio de Tremembé

Neste domingo (9), agentes do Grupo de Intervenção Rápida (GIR) da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo realizaram uma operação no Centro de Progressão Penitenciária Dr. Edgard Magalhães Noronha, localizado em Tremembé. Conhecido como Pemano, o presídio foi palco de uma ação que mobilizou equipes especiais e deixou familiares de detentos em estado de apreensão.

Detalhes da operação

Por volta das 16h, os agentes do GIR adentraram a unidade prisional acompanhados por policiais do Comandos e Operações Especiais (COE) da Polícia Militar. A entrada das forças de segurança ocorreu após familiares serem orientados a se retirar do local por volta das 15h, conforme relatos colhidos pela reportagem.

Halane Cristina Siqueira, esposa de um detento da unidade, descreveu o momento de tensão: "Tivemos a informação que era para a gente se retirar da unidade às 15h. Foi aquela muvuca total. Todo mundo correndo. Saímos e estamos sem saber o que está acontecendo. Só vimos a polícia entrando, invadindo, mas não temos uma informação concreta do que está acontecendo".

Características do presídio

O Pemano é uma das unidades prisionais de Tremembé, cidade do interior paulista que abriga diversas penitenciárias. Diferentemente da conhecida Penitenciária Dr. José Augusto Salgado (P2), chamada informalmente de 'presídio dos famosos', o CPP Dr. Edgard Magalhães Noronha abriga presos do regime semiaberto.

Localizado na rodovia Amador Bueno da Veiga, o presídio foi inaugurado em 1989 e ocupa uma área de mais de 21 mil metros quadrados. Segundo dados oficiais da SAP, a unidade tem capacidade para 2.672 detentos, mas atualmente abriga 3.060 presos, indicando uma situação de superlotação.

O que é o GIR?

O Grupo de Intervenção Rápida foi criado pela Secretaria da Administração Penitenciária como resposta às mudanças no perfil dos presos e às novas demandas das unidades prisionais. De acordo com a SAP, o GIR é composto por agentes especialmente treinados para atuar em situações de risco elevado, como distúrbios e rebeliões.

Os integrantes do grupo passam por preparo físico rigoroso e aprendem táticas de intervenção especializadas, com o objetivo de garantir a segurança tanto dos agentes quanto dos detentos em situações de crise. A atuação do GIR representa uma das estratégias do estado para manter o controle no sistema prisional.

Até o momento, tanto a Secretaria da Administração Penitenciária quanto a Polícia Militar não se manifestaram oficialmente sobre os motivos específicos da operação no presídio de Tremembé. A população aguarda esclarecimentos sobre a situação dentro da unidade prisional.