Tenente-Coronela Quebra Barreiras e se Torna Primeira Mulher a Comandar Batalhão em Serrinha
1ª mulher comanda batalhão da PM em Serrinha

Era uma terça-feira comum em Serrinha, mas o que acontecia no quartel do 16º Batalhão de Polícia Militar era tudo, menos rotineiro. Nas palavras de um soldado veterano que preferiu não se identificar: "Nunca imaginei ver isso - uma mulher no comando. Mas se tem alguém preparada, é ela".

Adriana Alves, agora tenente-coronela, não chegou até aqui por acaso. Sua trajetória é daquelas que fazem você parar e pensar sobre quantas barreiras ainda precisam ser quebradas. Formada em Direito e pós-graduada em Segurança Pública, ela acumula 22 anos de PM - sim, mais de duas décadas dedicadas à corporação.

Do sonho à realidade: uma carreira construída com determinação

O que leva alguém a escolher uma carreira predominantemente masculina nos anos 2000? "Sempre acreditei que poderia fazer a diferença", reflete a nova comandante. E fez. Antes de assumir em Serrinha, ela já havia deixado sua marca como subcomandante do Batalhão de Polícia Rodoviária em Feira de Santana.

Seu currículo impressiona: especialização em Gestão de Segurança Pública pela Universidade Federal da Bahia, curso de Altos Estudos de Polícia na Academia de Polícia Civil, e formação no Programa de Desenvolvimento de Lideranças. Não, isso não é exibicionismo - é preparo.

Um momento histórico que vai além do simbólico

A cerimônia de posse foi carregada de emoção. O coronel Anselmo Brandão, durante a transmissão do cargo, foi direto: "É uma honra entregar o comando à tenente-coronela Adriana". Mais do que protocolo, suas palavras carregavam o peso do momento histórico.

E o que significa essa mudança para Serrinha? Bem, para começar, o 16º Batalhão responde por seis municípios - Serrinha, Araci, Biritinga, Teofilândia, Barrocas e Lamarão. São mais de 200 mil pessoas que agora terão uma perspectiva diferente na segurança pública.

O caminho ainda é longo, mas o primeiro passo foi dado

Vamos ser realistas: o número de mulheres na PM-BA ainda é baixo - apenas 13% do efetivo. Mas cada conquista como essa abre portas que antes pareciam emperradas. A tenente-coronela Adriana representa não apenas sua própria carreira, mas um caminho que outras poderão seguir.

Seu plano? Focada e determinada, ela já traçou metas para o batalhão. "Vamos trabalhar com empenho e dedicação", promete. E algo me diz que ela cumpre.

Enquanto isso, em Serrinha, a história está sendo escrita - não com palavras grandiosas, mas com o trabalho diário de quem chegou onde poucas imaginaram ser possível.