Imagine comprar um produto no supermercado e descobrir que ele deveria estar em um museu de antiguidades. Pois é exatamente isso que aconteceu durante uma fiscalização de rotina em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. A cena parece saída de um pesadelo sanitário: frango com data de validade vencida há nada menos que oito anos sendo vendido como se fosse a coisa mais normal do mundo.
O caso, que mistura descaso com perigo real à saúde, foi descoberto pelo Procon durante uma ação aparentemente comum. Os fiscais, fazendo seu trabalho de sempre, se depararam com uma embalagem de frango que, pasmem, tinha data de validade de agosto de 2017. Você leu direito: 2017! Enquanto isso, estamos em 2025.
O que estava errado?
A lista de irregularidades encontradas no estabelecimento comercial é daquelas que assustam qualquer consumidor:
- Produtos de origem animal com validade claramente vencida
- Falta completa de controle sobre prazos de consumo
- Ausência de cuidado básico com a segurança dos alimentos
- Risco concreto de contaminação e problemas de saúde
E pensar que tem gente que confia cegamente nos mercados da região. Me pergunto quantos outros produtos nessas condições já foram parar na mesa das famílias gaúchas sem que ninguém soubesse.
As consequências
Diante de uma situação tão grave — francamente, inacreditável — o Procon não teve dúvidas: aplicou uma multa pesada no estabelecimento e, claro, apreendeu todo o lote comprometido. O valor da multa? Bem, digamos que é daqueles que fazem o caixa do mercado tremer.
Mas o pior de tudo não é a multa em si. É o risco que os consumidores correram sem nem saber. Consumir produtos vencidos, especialmente carnes, pode levar a problemas de saúde sérios — desde intoxicações alimentares até complicações mais graves. E olha que estamos falando de um produto que venceu quando o Brasil ainda nem sonhava com pandemia.
O que me deixa realmente perplexo é como um produto consegue ficar tanto tempo esquecido nas prateleiras. Será que ninguém fazia inventário? Ninguém verificava as datas? Parece aquela história de "jogaram no fundo do freezer e esqueceram".
O que fazer como consumidor?
Diante de casos como esse, que infelizmente não são tão raros quanto deveriam ser, fica o alerta: nunca, jamais, em hipótese alguma, confie cegamente nas prateleiras dos mercados. Sempre verifique:
- A data de validade — com atenção redobrada
- O estado da embalagem — se está íntegra ou não
- A aparência do produto — cores e cheiros estranhos são sinais de alerta
- A temperatura de conservação — especialmente para produtos congelados
E se encontrar algo errado, denuncie! O Procon existe para isso, e casos como o de Caxias do Sul mostram que a fiscalização funciona — mas precisa dos olhos dos consumidores também.
No final das contas, esse caso serve como um lembrete assustador de que, às vezes, o perigo mora bem ali, na prateleira do mercado onde fazemos compras toda semana. E pensar que tem gente que ainda acha que verificar validade é frescura...
