
O Instituto de Defesa Afro-Brasileiro (IDAFRO) entrou com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a libertação imediata do funkeiro MC Poze, preso desde 2023. A organização alega que o artista vem sofrendo tortura racial e violação de direitos humanos no sistema prisional.
Segundo o documento, há relatos de que MC Poze estaria sendo submetido a tratamentos degradantes, incluindo insultos racistas por parte de agentes penitenciários e condições inadequadas de encarceramento. O IDAFRO afirma que essas situações configuram violações graves à dignidade humana.
Contexto do caso
MC Poze foi preso em 2023 após ser acusado de envolvimento com o tráfico de drogas. Desde então, sua defesa tem lutado pela revisão da prisão preventiva, argumentando excesso de prazo e falta de provas concretas.
O funkeiro, que faz sucesso com letras que retratam a realidade das periferias, tornou-se um símbolo da discussão sobre racismo estrutural no sistema judiciário brasileiro. Seus fãs e ativistas organizaram campanhas nas redes sociais com a hashtag #LiberdadeParaPoze.
Argumentos do IDAFRO
Entre os pontos destacados pelo instituto estão:
- Relatos de agressões verbais com conteúdo racial
- Falta de atendimento médico adequado
- Condições insalubres na cela
- Possível seletividade penal
O caso reacende o debate sobre o tratamento dado a presos negros e pobres no Brasil. Especialistas apontam que situações como essa reforçam estatísticas que mostram a população carcerária majoritariamente negra e de baixa renda.
O STF ainda não se manifestou sobre o pedido, que deve ser analisado nos próximos dias. Enquanto isso, movimentos sociais planejam novos atos em defesa do artista.