
Era pra ser mais um dia qualquer no bairro de Mangabeira, em João Pessoa. Mas o que começou com uma postagem aparentemente inocente terminou em tragédia — daquelas que deixam a vizinhança em choque e especialistas coçando a cabeça. Dois garotos, de 16 e 17 anos, foram encontrados sem vida na tarde de quarta-feira (13), vítimas de múltiplos tiros. E o pior? Tudo indica que a rede social teve papel central nessa história.
A polícia — que ainda corre atrás de pistas — não confirmou detalhes, mas fontes próximas ao caso contam que os adolescentes teriam publicado algo considerado "desafio" por um grupo rival. "É como se a vida real tivesse virado um jogo perigoso", comentou um morador que preferiu não se identificar, enquanto arrumava as cadeiras de plástico em frente ao bar onde o crime aconteceu.
O que se sabe até agora:
- Os corpos foram encontrados por uma vizinha por volta das 15h, perto de um terreno baldio
- Testemunhas ouvidas pela reportagem mencionaram ouvido pelo menos oito disparos
- Os celulares dos jovens foram levados pela perícia — e é aí que mora o pulo do gato
Não é de hoje que a Paraíba enfrenta casos de violência ligados ao mundo digital. No ano passado, um levantamento da Secretaria de Segurança mostrou aumento de 22% em crimes com indícios de motivação virtual. Mas esse... esse parece diferente. Até o delegado responsável, normalmente contido, admitiu estar "surpreso com a brutalidade".
Enquanto isso, nas ruas de Mangabeira, o clima é de luto e medo. Mães chegam a conferir os celulares dos filhos antes de dormir. "Depois desse caso, todo mundo tá com o pé atrás", diz Dona Maria, dona de uma birosca local, enquanto serve café para os repórteres. "Antes era briga de rua, agora é briga de internet que vira sangue."
E agora, José?
A pergunta que não quer calar: como proteger os jovens nesse novo cenário? Especialistas em segurança cibernética ouvidos pela reportagem sugerem desde maior monitoramento parental até políticas públicas específicas. Mas convenhamos — num país onde faltam recursos até para investigar crimes básicos, a solução parece distante.
Uma coisa é certa: o caso dos dois adolescentes já virou símbolo de um problema muito maior. E enquanto a polícia corre contra o tempo para desvendar os detalhes, famílias inteiras se perguntam — será que o próximo post pode ser uma sentença de morte?