Três meses. Noventa dias de uma espera que parecia não ter fim. E então, na última sexta-feira, o silêncio da mata em Teresópolis finalmente revelou o que tantos procuravam.
O que começou como mais um dia de buscas rotineiras terminou com a descoberta que ninguém mais esperava, mas que todos temiam. Num daqueles lugares onde a vegetação parece querer engolir tudo, perto do Córrego do Suspiro, no bairro Várzea. O nome até que combina com a situação - suspiro de alívio? Talvez não. Suspiro de tristeza, com certeza.
O Longo Caminho Até a Verdade
Imagina só: desde julho a família naquela agonia sem tamanho. O homem simplesmente sumiu do mapa, deixando para trás mais perguntas do que respostas. A Polícia Civil, coitados, esses sim não mediram esforços. Várias operações de buscas foram realizadas, incluindo aquela megaoperação com cães farejadores que mobilizou meio mundo.
Mas a mata na Região Serrana tem seus segredos - e ela não entrega facilmente o que esconde. Até que, numa daquelas reviravoltas que só a vida proporciona, um grupo de moradores da região acabou topando com o que ninguém mais procurava.
O Que Restou Para Contar a História
A cena não era das mais bonitas, claro. O corpo já estava em avançado estado de decomposição, mas dava para identificar algumas coisas. As roupas, por exemplo - calça jeans e uma camiseta que talvez alguém ainda se lembre. E documentos. Sempre os documentos, essas pequenas provas de que existimos.
O Instituto Médico Legal (IML) de Petrópolis agora tem a ingrata tarefa de confirmar o que todos já sabem. Mas no meio de tanta tristeza, pelo menos a família vai poder enterrar seu morto. Há quem diga que é melhor saber, mesmo que a notícia seja ruim, do que ficar naquela incerteza que corrói a alma.
E agora? A delegacia de Teresópolis assumiu o caso, e os investigadores vão tentar desvendar o que levou esse homem a terminar seus dias no meio do mato. Acidente? Doença? Algo mais sinistro? São perguntas que ecoam pelos morros da serra.
Enquanto isso, a comunidade do Várzea segue sua vida, mas com mais uma história triste para contar. Aquela de que às vezes a mata devolve o que pegou, mas nunca no estado em que levou.
