O Atlético-MG anunciou nesta quarta-feira (26) o afastamento do banqueiro Daniel Vorcaro do conselho de administração da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do clube. A decisão foi tomada em assembleia extraordinária realizada na última sexta-feira (21), após fatos que impossibilitaram o exercício regular de suas funções.
Operação que levou à prisão
O controlador do Banco Master foi preso na última semana durante a Operação Compliance Zero, que investiga a negociação com o BRB de carteiras de consignado forjadas no valor de R$ 12,2 bilhões. Na mesma data, o Banco Central decretou a liquidação do Banco Master.
Os advogados de Vorcaro contestam a legalidade da prisão, argumentando que não há base em fatos novos e que medidas cautelares seriam suficientes. A defesa do banqueiro divulgou documentos para contestar as bases da investigação da Polícia Federal que resultou na liquidação extrajudicial do banco.
Investimento no clube mineiro
Daniel Vorcaro ingressou na SAF do Atlético-MG em 2023, quando adquiriu uma participação na empresa que administra o clube. No ano passado, através de um novo aporte, tornou-se proprietário de aproximadamente 20% do clube, em um investimento total estimado em R$ 300 milhões.
A maior fatia do Atlético-MG continua com a família Menin, que também é principal acionista de empresas como MRV e Banco Inter. O assento de Vorcaro no conselho permanecerá vago até nova deliberação da assembleia geral de acionistas.
Situação atual do banqueiro
Na última segunda-feira (24), Vorcaro foi transferido da superintendência da Polícia Federal em São Paulo, onde estava detido, para um presídio em Guarulhos, na região metropolitana. No mesmo dia, seus advogados ingressaram com um pedido de habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
O caso continua em desenvolvimento, com a defesa do banqueiro buscando reverter a prisão enquanto o Atlético-MG se reorganiza administrativamente após o afastamento de um de seus principais investidores.