Ironia da repórter que previu prisão de Bolsonaro se concretiza
Repórter ironiza prisão de Bolsonaro após 11 anos

A jornalista Manuela Borges usou suas redes sociais nesta quarta-feira, 26 de novembro de 2025, para marcar com ironia um momento histórico: a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.

O encontro que virou profecia

Em 2014, quando Bolsonaro ainda era deputado eleito pelo Rio de Janeiro, Manuela Borges fez uma pergunta que desencadeou uma reação explosiva do político. A repórter questionou se ele negava a existência do golpe de 1964 que instaurou a Ditadura Militar no Brasil.

A resposta foi imediata e agressiva. Bolsonaro a chamou de "analfabeta", "idiota" e "ignorante", entre outros palavrões, acusando-a de "impor sua verdade".

Na ocasião, Manuela retrucou que ele responderia por aquilo, ao que ele debochou: "Criminalmente?"

O momento da reviravolta histórica

Mais de uma década depois, a jornalista se dirigiu à fachada da sede da PF em Brasília para gravar um vídeo que viralizou nas redes sociais. Diante do local onde Bolsonaro cumpre pena, ela respondeu à provocação de 2014: "Sim, aqui, na Polícia Federal".

No vídeo publicado em seu Instagram, Manuela declarou que "a profecia se concretizou" e questionou na legenda: "quem imaginaria que essa criatura se tornaria presidente do Brasil e seria condenado justamente por liderar um golpe de Estado".

Para concluir sua comemoração ácida, a repórter repetiu o ditado popular: "o mundo não gira, capota".

Detalhes da prisão e condições

Bolsonaro cumpre atualmente sua sentença de 27 anos e três meses de prisão no regime fechado. Ele foi preso preventivamente no sábado, 22 de novembro, após tentar violar a tornozeleira eletrônica que usava na prisão domiciliar.

O início da pena ocorreu três dias depois da prisão preventiva. O ex-presidente está alojado na chamada "sala de Estado-Maior", que conta com:

  • Banheiro privativo
  • Frigobar
  • Ar-condicionado
  • Plantão médico 24 horas

As visitas de familiares e aliários passam por procedimentos menos rigorosos que em penitenciárias comuns, embora Flávio e Carlos Bolsonaro, primeiros dois filhos do ex-presidente, tenham reclamado do tempo "cronometrado" de meia hora autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes durante visita na manhã de terça-feira, 25 de novembro.

O caso representa uma reviravolta significativa na trajetória do ex-presidente, que agora responde criminalmente por acusações relacionadas à liderança de um golpe de Estado, ironicamente conectadas ao mesmo tema que gerou o conflito original com a repórter mais de uma década atrás.