PF Indicia Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro por Coação em Inquérito do Golpe: Corte Suprema Analisa Caso
PF indicia Bolsonaro e Eduardo por coação em inquérito

E aí, o caso que já tinha tudo para ser explosivo ganhou mais um capítulo digno de roteiro de cinema. A Polícia Federal, num daqueles relatórios que faz tremer até o mais experiente dos políticos, indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro. O crime? Coação no curso do processo. E não é um processo qualquer, não. É aquele que investiga a tentativa de golpe de estado após as eleições de 2022.

Parece coisa de filme, mas é a pura realidade. A investigação, que corre sob sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF), deu mais um passo crucial. E olha que o depoimento do então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, foi um verdadeiro terremoto. Ele confirmou, preto no branco, a existência de reuniões no Palácio da Alvorada. O assunto? Nada menos que um suposto "decreto de intervenção".

Mas a cereja do bolo, sem dúvida, veio da delação premiada do antigo ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. O cara soltou o verbo e detalhou as pressões exercidas sobre os comandantes militares. A ideia era simplesmente bizarra: fazer com que as Forças Armadas dessem um aval – ou pelo menos não se opusessem – a uma medida que rasgava a Constituição.

O Papel de Eduardo Bolsonaro nas Pressões

E não para por aí. O relatório da PF joga luz sobre a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro. Segundo as investigações, ele não foi um mero coadjuvante. Longe disso. Teria atuado ativamente como uma espécie de "ponte" entre o ex-presidente e os militares. O objetivo? Convencer, ou melhor, forçar a barra para que topassem o tal decreto.

É aquela velha história: quando a caneta não escreve, alguém tenta apelar para a força. Só que, felizmente, a estrutura das nossas instituições demonstrou um mínimo de solidez. Os comandantes, diante da pressão, simplesmente disseram não. Um não redondo, que ecoou pelos corredores do poder e provavelmente evitou uma crise institucional de proporções inimagináveis.

O inquérito, que já era complexo, ganha agora uma camada a mais de seriedade. A coação no processo é um crime grave, que ataca diretamente o coração da Justiça. E quando os acusados são figuras de altíssimo escalão, a coisa fica ainda mais complicada.

E Agora, José?

Com o relatório da PF em mãos, a bola agora está com o ministro do STF Alexandre de Moraes. Cabe a ele analisar todo o material e decidir os próximos passos. Aceita a denúncia? Arquiva o caso? Ninguém arrisca um palpite, mas uma coisa é certa: o país vai ficar de olho.

O que mais assusta nessa história toda não é nem a tentativa em si, mas a naturalidade com que se discutiu rasgar a Constituição. São reuniões no palácio, pressões sobre militares, delações... tudo isso desenhando um plano que beira o inacreditável.

O caso segue sob sigilo, então muitos detalhes ainda estão guardados a sete chaves. Mas o que vazou até agora já é suficiente para pintar um quadro sombrio de como operava o núcleo duro do poder bolsonarista. Resta saber se a Justiça terá fôlego e coragem para levar isso até as últimas consequências. O Brasil aguarda. E torce.