
Pois é, a coisa está mais feia do que briga de foice no escuro para o clã Bolsonaro. A Polícia Federal, naquele jeito paciente de quem caça jabuti com vara curta, foi juntando os cacos e chegou a uma conclusão no mínimo espinhosa.
Parece que o deputado Eduardo Bolsonaro, num daqueles movimentos que beiram o clichê de filme B, estaria usando a conta corrente da própria mulher, Heloísa Wolf, como um porto seguro para seu dinheiro. A ideia? Simples e antiga: criar uma cortina de fumaça para dificultar a vida da Justiça na hora de bloquear assets por causa das multas astronômicas que ele acumula.
O Xeque-Mate Financeiro
Os peritos da PF não são bobos, né? Eles notaram um vai e vem de valores na conta da primeira-dama que simplesmente não batia com a… como dizer… realidade financeira dela. A movimentação era intensa, sugestiva, e coincidia com períodos de aperto nas contas do marido. Conveniente demais para ser mera coincidência, não acha?
O relatório dos investigadores é um tijolaço de mais de 140 páginas e não deixa muita margem para dúvida. Eles praticamente afirmam que a conta da Sra. Wolf era usada como um verdadeiro esquema de camuflagem patrimonial. A expressão que usaram é de matar: "canal de ocultação de recursos". Soa grave, porque é.
E as Defesas? Sumidas!
Até agora, tanto Eduardo quanto os advogados dele estão mais quietos que rato em procissão. Nenhum deles se manifestou sobre essas acusações específicas. Já a defesa de Heloísa, por sua vez, soltou uma nota genérica dizendo que ela sempre agiu dentro da lei e que vai comprovar sua "íntegra conduta". Bom, o mínimo que se espera, não é mesmo?
O pano de fundo dessa trama toda são as multas aplicadas pelo TSE por causa do famoso – e polêmico – live das fake news durante a pandemia. A conta não é das mais baratas: passa dos R$ 400 mil. E, pasmem, até agora, o valor seguia intacto, sem um real pago. Daí a suspeita de que o dinheiro estava sendo escondido em outro lugar.
Não é de hoje que a PF desconfia desse jogo de cintura financeiro. Eles já vinham rastreando as transações da família e encontraram várias operações suspeitas saindo da conta de empresas do deputado e indo parar… adivinhe onde? Na conta da esposa. A justificativa era sempre a mesma: "empréstimo entre cônjuges". Só que, na prática, funcionava como uma lavanderia de alto padrão.
O que mais chama a atenção é o timing perfeito. As transferências mais vultosas aconteciam sempre logo após a notificação de novas dívidas ou bloqueios. Parece piada pronta, mas não é.
No fim das contas, a sensação que fica é a de que a velha e boa malandragem financeira encontrou seu limite. A PF parece determinada a não deixar essa história morrer em pizza. E o Brasil, mais uma vez, fica ali, na plateia, assistindo a mais um capítulo dessa novela que ninguém pediu para entrar.