
O buraco é mais embaixo, e a trama que envolve o clã Bolsonaro ganhou um capítulo digno de roteiro de série política. A Polícia Federal, num daqueles relatórios que a gente sabe que vai dar o que falar, apontou o dedo diretamente para Jair Bolsonaro. A acusação? De que o ex-presidente, de caso pensado, teria segurado com força repasses de ministérios — dinheiro público, claro — com um objetivo bem particular: bancar a estadia e a atuação do filho, Eduardo Bolsonaro, em solo norte-americano.
Parece coisa de filme, mas a PF jura que é pura realidade. A investigação, que corre sob sigilo, desvendou que a ordem partiu do topo. Bolsonaro, na visão dos investigadores, não apenas sabia como deu o aval para que verbas que deveriam ter destinos específicos simplesmente ficassem paradas. Um jeito sorrateiro de criar um caixa paralelo, um financiamento que ninguém precisaria explicar.
O Filho no Centro do Furacão
E aí entra o papel do Eduardo. Longe do Brasil, ele mantinha uma agenda intensa nos EUA — reuniões, eventos, uma tentativa clara de construir uma ponte política internacional. Tudo muito bonito, mas a pergunta que sempre ficou no ar era: quem está pagando essa conta? A PF acredita ter encontrado a fonte: o erário, o nosso bolso.
Não foi algo pequeno, um desvio de trocados. A operação toda teria sido orquestrada para garantir que a máquina de influência do filho não parasse por falta de combustível financeiro. E o método? Simplesmente não repassar o dinheiro que já estava nos cofres do governo para os órgãos de destino. Uma manobra de contabilidade criativa, para dizer o mínimo.
As Repercussões e o que Esperar
O estrago político é imensurável. A imagem de um ex-presidente acusado de usar o poder para beneficiar familialmente… bem, isso tem um cheiro forte de crise institucional. A oposição já deve estar esfregando as mãos, enquanto os apoiadores vão gritar sobre perseguição política. O cenário está armado para mais um longo e desgastante embate.
E agora, José? O caso segue sob segredo de justiça, mas é daqueles que dificilmente ficará quieto. A expectativa é que o relatório da PF alimente pedidos de impeachment (já enterrados?) e amplie investigações no Congresso. O futuro político de todos os envolvidos parece pendurado por um fio mais fino que linha de pipa em dia de ventania.
Uma coisa é certa: a poeira dessa bomba-relógio que a PF acabou de ativar não vai baixar tão cedo. O Brasil, mais uma vez, se vê diante de um escândalo que mistura poder, família e muito, muito dinheiro público.