PF Revela ao STF: Bolsonaro Tinha Planos Concretos de Pedir Asilo na Argentina Após Golpe
PF: Bolsonaro articulou asilo na Argentina após eleição

Eis que a trama se aprofunda, e como! A Polícia Federal, em um daqueles documentos que fazem tremer o chão de Brasília, entregou ao Supremo Tribunal Federal uma peça de acusação que é, sem exagero, bombástica.

Segundo a PF, não se tratava de um mero devaneio ou de um plano B vago. Não, senhor. Jair Bolsonaro, o ex-presidente, tinha uma intenção concreta, articulada e detalhada de solicitar asilo político na Argentina caso o seu movimento pós-eleitoral – aquele que cheirou a golpe de longe – desabasse de vez.

Parece roteiro de filme, mas é a pura e dura realidade da investigação. A delação do ex-ajudante-de-ordens Mauro Cid, confirmada por uma enxurrada de mensagens apreendidas, desenha um quadro de reuniões discretas. O então embaixador argentino no Brasil, Daniel Scioli, teria sido procurado para acertar os ponteiros de um possível exílio.

O Encontro Secreto que Abalou a Política

O relatório é cristalino: a conversa entre Bolsonaro e Scioli de fato aconteceu. O teor? Justamente a viabilidade de o brasileiro cruzar a fronteira e buscar refúgio em terras portenhas. A reunião teria ocorrido ainda em 2022, antes mesmo da posse de Lula, quando a poeira da eleição ainda não havia baixado e o ar cheirava a insurreição.

Mas aí vem a cereja do bolo. A PF vai além e sustenta que esse plano não era um simples «e se». Era, na visão dos investigadores, parte integrante de uma estratégia maior e muito mais sombria: o famigerado inquérito dos atos golpistas. A ideia de pedir asilo, portanto, estaria diretamente ligada à articulação antidemocrática que assombrou o país.

Não foi algo que ele inventou na hora H. Teria sido uma possibilidade trabalhada com certa antecedência, um caminho pavimentado para o caso de tudo dar errado. O que, convenhamos, acabou dando.

As Provas que Não Deixam Dúvidas

  • Delação Premiada: Mauro Cid não só confirmou a existência do plano como deu detalhes cruciais.
  • Troca de Mensagens: Prints e conversas apreendidas nos celulares dos envolvidos corroboram a narrativa.
  • Timing Suspeito: Tudo ocorreu no ápice da tensão política, um período de incerteza institucional profunda.

O embaixador Scioli, é bom lembrar, já havia negado publicamente que o assunto asilo tenha sequer sido tocado. Mas a PF, agora, joga uma pá de cal sobre essa versão. O relatório afirma, com todas as letras, que a negativa do diplomata «não encontra respaldo probatório» perante as evidências colhidas. É um xeque-mate documental.

O que isso tudo significa? Bom, para o ministro Alexandre de Moraes, que pilota o inquérito no STF, é mais uma peça crucial. Ela ajuda a entender a mentalidade que vigorava no núcleo duro do bolsonarismo: a de que havia um plano de fuga caso a tentativa de manter o poder à força fracassasse.

O Brasil, que já viu de tudo, agora se vê diante de mais um capítulo surreal de sua história. Um ex-presidente que, segundo as investigações, não mediu esforços para se proteger – mesmo que isso significasse abandonar o país que jurou defender.