
O caso que chocou a Argentina ganha agora contornos ainda mais complexos — e olha que já era bastante complicado. A família do brasileiro condenado pela tentativa de assassinato de Cristina Kirchner esconde segredos que vão além do atentado em si.
Fernando André Sabag Montiel, o pai do jovem de 27 anos que está atrás das grades, não era nenhum santo. Longe disso. A Polícia Federal, sabe como é, tinha suas razões para colocá-lo num avião direto para o Paraguai em 2019. E não foi por turismo.
O passado que veio à tona
Os documentos obtidos pelo G1 contam uma história que parece saída de roteiro de filme policial. Sabag Montiel — esse nome você provavelmente nunca ouviu antes — acumulava uma coleção nada honrosa de passagens pela lei.
Estelionato, furtos... a lista não era das mais curtas. A gente até se pergunta: de onde vem tanta criatividade para o crime?
Em 2019, a Justiça brasileira deu o veredito final: expulsão do território nacional. Simples assim. Ou não tão simples, considerando as consequências.
Uma família entre fronteiras
Aqui a coisa fica interessante — no sentido trágico da palavra. Enquanto o pai era mandado de volta às suas origens paraguaias, o filho seguia um caminho igualmente tortuoso do outro lado da fronteira.
O jovem brasileiro — cujo nome dispenso repetir — recebeu uma sentença pesadíssima na Argentina: nada menos que 21 anos de prisão. A tentativa de assassinar a ex-presidente, acontecida naquele setembro de 2022, obviamente não passou em branco.
E pensar que tudo aconteceu em plena rua, no retorno de Kirchner ao seu apartamento. A arma, pasmem, travou. O que teria acontecido se não tivesse travado? Melhor nem imaginar.
As conexões perigosas
O mais curioso — ou preocupante — é que a defesa do jovem sempre insistiu numa tese: ele seria uma "pessoa manipulável". Agora, com a revelação do histórico do pai, essa teoria ganha um sabor ainda mais amargo.
Será que o ambiente familiar teve alguma influência? É difícil não fazer essa ligação, ainda que seja especulação pura.
O que sabemos de concreto é que a família tinha vínculos em Guaíra, no Paraná, antes de se espalhar entre Brasil, Argentina e Paraguai. Uma verdadeira tríplice fronteira familiar, mas sem o glamour que a expressão possa sugerir.
O que fica dessa história
No final das contas, temos dois homens — pai e filho — com destinos marcados pela Justiça, cada um a seu modo. Um expulso do país, outro preso em território estrangeiro.
A pergunta que não quer calar: até que ponto o ambiente familiar molda nossos caminhos? Claro, cada um é responsável por seus atos, mas não dá para ignorar que as peças parecem se encaixar de forma preocupante.
Enquanto isso, na Argentina, Cristina Kirchner segue sua vida política — mais cautelosa, imagino. E no Brasil, descobrimos que o caso tinha raízes mais profundas do que parecia.
Coincidência? Talvez. Mas são coincidências que dão o que falar.