
Parece que em Belford Roxo, a política continua sendo um negócio de família. Mal assumiu o cargo e o novo presidente da Câmara Municipal, Denis Ferraz, já está no centro de uma daquelas polêmicas que fazem o cidadão comum revirar os olhos.
O que seria uma simples troca de comando — Fabio Santos passando a faixa para Denis Ferraz — revelou-se um verdadeiro caso de nepotismo escancarado. A esposa do novo presidente, Michele Ferraz, e seu irmão, Welington Ferraz, foram nomeados para cargos na própria Câmara. Conveniente, não?
Os cargos da discórdia
Michele assumiu como assessora parlamentar, enquanto Welington foi alocado como auxiliar de serviços gerais. Coincidência? Difícil acreditar. O pior é que essa prática, que muitos consideram antiética, segue firme e forte na política municipal.
E pensar que tudo isso aconteceu durante aquela cerimônia padrão de posse, cheia de sorrisos e apertos de mão — a hipocrisia vestindo seu melhor terno.
O histórico que se repete
O mais irônico? O antecessor de Ferraz, Fabio Santos, tinha justamente a esposa como primeira-dama da Câmara. Parece que em Belford Roxo criou-se uma tradição nada honrosa: o cargo de presidente vem com direito a empregar a família.
Denis Ferraz, que também é pastor — cruzem seus dedos para que a ética e a moral façam parte de seus sermões — defendeu as nomeações afirmando que seus familiares "têm capacidade técnica". Será mesmo que numa cidade inteira não havia outras pessoas qualificadas?
O que diz a lei
Aqui vai uma informação que vai fazer você coçar a cabeça: o nepotismo cruzado — quando um servidor nomeia parente de outro servidor em troca de benefício recíproco — é proibido pelo Supremo Tribunal Federal desde 2008. Mas o nepotismo direto, em alguns casos, ainda navega em águas cinzentas.
É aquela velha história: a lei fecha uma porta, e os espertinhos abrem uma janela. E o contribuinte que pague a conta.
Enquanto isso, a população de Belford Roxo fica se perguntando quando é que a coisa vai mudar de verdade. Quando é que o interesse público vai falar mais alto que o interesse familiar? A resposta, meus amigos, parece estar cada vez mais distante.