Escândalo na Saúde: Javier Milei e Irmã Enfrentam Denúncia por Corrupção em Contratos Médicos
Milei e irmã denunciados por corrupção em saúde

Eis que a promessa de cortar o Estado pela raiz esbarra num clássico da política latino-americana: a névoa espessa das denúncias. Javier Milei, o presidente argentino que se elegeu como um rolo compressor contra a casta, agora vê seu nome – e o de sua irmã e braço direito, Karina Milei – atolado numa investigação por corrupção. A justiça argentina não perdoa.

O cerne da questão? Contratos milionários com uma tal Fundação Médica de Salta. A coisa remonta a 2020, no auge do desespero pandêmico, quando a então governadora (e agora vice-presidente de Milei) Victoria Villarruel liberava verba a rodo para a compra de equipamentos hospitalares. Só que, pasmem, parte desse dinheiro teria sumido no famoso ‘é mas não é’. Um desvio de recursos públicos, nas palavras duras do juiz federal Ariel Lijo.

Os Irmãos no Olho do Furacão

Karina Milei, secretária-geral da presidência – cargo que a coloca como uma das pessoas mais poderosas do país –, é apontada como uma das peças-chave. A acusação é pesada: supostamente, ela teria usado sua influência para facilitar as coisas para a fundação, que depois desviou parte da grana. Javier, por sua vez, é citado por supostas irregularidades em pagamentos quando era apenas um deputado barulhento. A defesa deles? Negação total, claro. Chamam tudo de ‘armação política’.

Não é de hoje que a oposição aponta o dedo para o jeito nebuloso como os Milei manejam as finanças. Agora, com a chancela da justiça, o caso ganha um sabor amargo de ironia. Quem gritava contra os corruptos agora precisa se explicar – e a explicação, até agora, soa mais como um grito de ‘perseguição!’ do que um argumento sólido.

O que Isso Significa para a Argentina?

Para um governo que se vende como a encarnação da moralidade, qualquer respingo de lama é devastador. A base de apoio de Milei é inflamável, feita de ansiedades e ódios antissistema. Uma denúncia dessas pode ser o estopim para uma crise de legitimidade sem volta. O mercado, é claro, já está de orelha em pé. O risco Argentina, como sempre, ronda.

Enquanto isso, a Fundação Médica de Salta segue como um ponto de interrogação. Quem realmente controlava aquela entidade? Para onde foi o dinheiro dos respiradores e dos testes? Perguntas que o juiz Lijo quer ver respondidas – e rápido.

O fato é que a política, na Argentina ou em qualquer lugar, tem dessas reviravoltas. Quem vive pelo discurso da pureza, morre pela primeira mancha. Milei agora precisa lutar não só contra a inflação, mas contra a própria sombra que seu projeto começou a criar.