Malafaia desafia autoridades após depoimento: "Vão ter que me prender para me calar"
Malafaia desafia PF: "Só me calo se me prenderem"

O clima estava pesado, daqueles que dava pra cortar com uma faca. Depois de seis horas e meia enfurnado na sede da Polícia Federal no Rio, o pastor Silas Malafaia saiu com a voz grossa e os ânimos à flor da pele. E não fez rodeios: soltou o verbo com uma declaração que ecoou feito um trovão nos corredores da PF.

"Vão ter que me prender para me calar", disparou, com aquela cara de poucos amigos que conhecemos bem. A postura era de quem não tem medo de encarar o sistema—ou, pelo menos, de quem quer passar essa impressão.

O motivo de toda essa convulsão? Um inquérito do Supremo Tribunal Federal que tá mexendo com um vespeiro perigoso. E olha, não é brincadeira não. O negócio envolve a disseminação em massa de notícias falsas durante o período mais crítico da pandemia—aquela fase em que o desespero era geral e a informação (ou a falta dela) valia ouro.

O que rolou dentro da sala de interrogatório?

Bom, segundo fontes que acompanharam o depoimento—e que preferiram não ter seus nomes estampados por aí—Malafaia foi questionado até não poder mais. Os delegados foram duros, diretos, sem muita delicadeza. Queriam saber, ponto a ponto, qual foi o nível de envolvimento do pastor numa suposta máquina de fake news.

Mas ele, esperto como sempre, não deu mole. Manteve a narrativa de que tudo não passa de perseguição política—algo como "pegar no pé" de quem pensa diferente. Defendeu com unhas e dentes que suas pregações e publicações nas redes sociais são exercícios legítimos de liberdade de expressão. Nada mais, nada menos.

E não é que a estratégia dele—pelo menos até agora—tem funcionado? Malafaia não nega que postou, compartilhou e opinou. Só discorda—e veementemente—do rótulo de "fake news". Pra ele, é só opinião contundente, do tipo que incomoda.

E o STF nisso tudo?

O Supremo segue firme na condução do inquérito, que já virou uma espécie de novelão nacional. A investigação não poupa ninguém: de digital influencers a políticos, de jornalistas a líderes religiosos. Todos que, supostamente, teriam turbinado a desinformação em momentos críticos estão na mira.

E aí é que tá: Malafaia não é o primeiro—e dificilmente será o último—a ser chamado pra conversar. Mas a reação dele, ah, essa foi diferente. Foi pública, explosiva e cheia de adrenalina. Um verdadeiro "não vou baixar a cabeça".

O que me faz pensar: será que é bravata de quem se sente acuado? Ou convicção genuína de quem acredita que está sendo alvo? Difícil dizer. O certo é que o embate entre liberdade de expressão e responsabilidade na divulgação de informação segue como um dos debates mais acalorados—e necessários—do Brasil atual.

Enquanto isso, o pastor já deixou claro que não recua. Não apaga postagem, não pede desculpas, não baixa a bola. Pelo contrário: se depender dele, o volume só aumenta. E a gente fica aqui, acompanhando mais um capítulo dessa trama que—como tudo nesse país—promete render muito ainda.