Presidência edita declarações de Lula em tempo real
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido por seu estilo espontâneo de comunicação, está tendo seus improvisos editados em tempo real pela equipe de comunicação do Planalto. A estratégia visa conter desgastes políticos provocados por declarações consideradas polêmicas ou imprecisas.
Casos recentes exigem correções imediatas
No final de outubro de 2025, ao comentar ataques dos Estados Unidos a supostos narcotraficantes em águas internacionais, Lula afirmou que "os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também". A declaração foi rapidamente aproveitada pela oposição para reforçar o discurso de que a esquerda defende criminosos.
No mesmo dia, o presidente recorreu às redes sociais para corrigir sua fala: "Fiz uma frase mal colocada e quero dizer que meu posicionamento é muito claro contra os traficantes e o crime organizado".
Operação policial no Rio gera nova polêmica
Outro caso de edição em tempo real ocorreu após a operação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que resultou em pelo menos 121 mortos. Lula classificou a ação como "matança" e "desastrosa".
Como pesquisas indicavam que a maioria da população apoiava a operação policial, a equipe de comunicação da Presidência novamente correu para as redes sociais para reduzir danos. No Twitter, onde tem 14,1 milhões de seguidores, o presidente publicou: "O governo do Brasil está atuando para quebrar a espinha dorsal do tráfico de drogas e do crime organizado. Com mais inteligência entre as forças de segurança e foco nos cabeças do crime — quem financia e comanda as facções".
Esta não é a primeira vez que declarações improvisadas de Lula geram controvérsia. Desde sua primeira candidatura presidencial, o petista já foi acusado de machismo e homofobia, além de cometer escorregadas verbais que resultaram em problemas diplomáticos e com o Congresso.
Enquanto no auge da popularidade esses erros eram mais facilmente relevados, no atual cenário de disputa política acirrada, cada declaração passou a ser monitorada e, quando necessário, corrigida quase instantaneamente pela assessoria presidencial.