Iate de luxo que levará Lula na COP30 tem dono empresário e passado polêmico
Iate polêmico será usado por Lula na COP30

Uma embarcação de luxo, propriedade de um conhecido empresário brasileiro, foi selecionada para servir como base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a Conferência do Clima da ONU (COP30), que acontecerá em Belém no próximo ano. A escolha, no entanto, traz à tona um passado conturbado da empresa proprietária do iate.

Histórico empresarial sob os holofotes

O barco em questão pertence ao Grupo Ambipar, conglomerado com atuação significativa no setor ambiental. A empresa, que tem como um de seus principais acionistas o empresário Tércio Borlenghi Júnior, já esteve envolvida em um escândalo de contrabando que resultou na apreensão de mais de 100 quilos de caviar e outros produtos de luxo em 2022.

Na ocasião, a Receita Federal interceptou uma carga irregular que incluía 112 quilos de caviar, 20 garrafas de vodca premium e 800 unidades de cerveja artesanal, totalizando R$ 1,2 milhão em mercadorias. O caso gerou investigações e levantou questões sobre as práticas comerciais do grupo.

Contradições na narrativa oficial

O Planalto inicialmente informou que o iate seria utilizado apenas para reuniões de trabalho durante o evento climático. Entretanto, fontes próximas à organização revelaram que a embarcação servirá efetivamente como hospedagem para o presidente e sua comitiva durante os dias da conferência.

Esta não é a primeira vez que o mesmo iate é empregado em eventos oficiais. A embarcação já havia sido utilizada durante a cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro, reforçando sua condição de recurso logístico para compromissos presidenciais de alto nível.

Repercussões e questionamentos

A escolha gera debates sobre a conveniência de um chefe de estado utilizar embarcação de propriedade privada para funções oficiais, especialmente considerando o histórico controverso da empresa proprietária. Especialistas em ética pública questionam a mensagem transmitida por essa parceria em um evento dedicado à sustentabilidade e transparência.

O caso ressalta a complexidade das relações público-privadas em grandes eventos internacionais e levanta discussões sobre os critérios de seleção de fornecedores para a administração pública.

A COP30, agendada para novembro de 2025 em Belém, representa um momento crucial para as políticas ambientais brasileiras, colocando o país no centro das discussões globais sobre mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável.