
Parece que o velho jogo de "tira um pouquinho aqui, coloca ali" não saiu de moda em Ituiutaba. Uma ex-secretária municipal — que prefere não ter o nome estampado por medo de represálias — resolveu botar a boca no trombone e contou um esquema que faria até o mais criativo dos malandros corar.
Segundo ela, o método era simples como tirar doce de criança: parte do salário dos comissionados voltava direto para os bolsos de certos figurões. "Era como se fosse uma taxa de sobrevivência no cargo", dispara, com a voz ainda tremendo de indignação.
O modus operandi
Imagina a cena: todo mês, um envelope discreto mudava de mãos. Às vezes em banco de praça, outras vezes em restaurantes movimentados — sempre longe de olhares muito curiosos. Os valores? Variáveis como o humor de chefe em dia de calorão: podia ser 10%, 20%, até 30% do ordenado.
"Quem não colaborava? Hah!" — ela solta uma risada amarga — "Esses não duravam duas luas no cargo".
As consequências
Enquanto isso, obras públicas ficavam pela metade, medicamentos sumiam das prateleiras dos postos de saúde, e o povo... bem, o povo seguindo na mesma luta de sempre. Coincidência? Difícil acreditar.
O que mais revolta nossa protagonista? "A naturalidade com que tudo acontecia. Como se fosse normal, sabe?"
Agora, com o estrago feito, resta saber se as autoridades vão peitar investigar ou se vão fingir que não é com elas. Apostas, alguém?