
Parece que a casa caiu de verdade — e dessa vez, foi dentro de casa. A Polícia Federal, num daqueles vazamentos que deixam todo mundo sem reação, trouxe a público uma sequência de mensagens que ninguém esperava ver. Eduardo Bolsonaro, o deputado federal que carrega o sobrenome como bandeira, não economizou na raiva ao se referir ao próprio pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
E não foram críticas leves, não. Estamos falando de insultos pesados, daqueles que a gente nem dirige ao pior inimigo — muito menos a um parente. Palavrões, ofensas, um nível de agressividade que surpreende até quem já acompanha há anos os bastidores da política nacional.
Mas eis que o clima muda radicalmente. No dia seguinte, como se acordasse de um pesadelo — ou percebesse a encrenca que havia feito —, Eduardo enviou novas mensagens. Dessa vez, um pedido de desculpas. Sim, aquela clássica manobra de "fala e depois se arrepende", só que em ambiente familiar e com tudo registrado nos celulares da PF.
Não é de hoje que a relação entre pai e filho gera especulações, mas agora… bem, agora não há mais como duvidar. As provas estão aí, escancaradas. E o pior? Isso tudo faz parte de um inquérito maior, que investiga suposto obstrução da Justiça e organização criminosa dentro do círculo bolsonarista.
O que dizem as mensagens?
Os detalhes são tão intensos que chegam a ser constrangedores. Num acesso de fúria, Eduardo disparou insultos graves — a PF não divulgou integralmente o conteúdo, mas adiantou que são xingamentos considerados "pesados" e "desrespeitosos".
Não se sabe ao certo o motivo da discussão, mas uma coisa é clara: o estrago estava feito. E, como em muitas brigas de família, veio o arrependimento em forma de mensagem de texto. Um mea-culpa digital, tentando apagar o que já havia sido lido e guardado pelos sistemas de investigação.
O contexto da investigação
Essas mensagens não foram achadas por acaso. Elas integram as apurações da Operação Tempus Veritatis, que já completou oito fases e mexe com figurões do governo anterior. O objetivo da PF é descobrir se houve tentativa de interferir nas investigações que já corriam na época — e, pasmem, se o núcleo familiar estava envolvido.
Não é só fofinha de família disfuncional, gente. É investigação criminal de verdade, com direito a mandados, buscas e apreensões e aquele clima pesado que só a Justiça sabe criar.
Eduardo, até então, sempre se mostrou publicamente alinhado ao pai. Mas e no privado? Bom, o privado agora ficou público. E como.
E agora, José?
A pergunta que fica é: como fica a relação entre os dois depois disso? Dá pra confiar em quem xinga e depois pede desculpas? E mais: como fica a imagem do bolsonarismo, que sempre vendeu a ideia de família unida e valores conservadores?
Os apoiadores mais fiéis devem estar tentando justificar — "ah, toda família briga" —, mas a verdade é que não é todo dia que a PF torna públicas ofensas entre um ex-presidente e seu filho deputado.
O recado que fica é que, por trás dos palanques e dos discursos, existem relações humanas — complexas, frágeis e, muitas vezes, cheias de conflitos. E quando a Justiça resolve espiar… bem, sometimes the truth hurts.