O paradoxo geográfico na defesa de Bolsonaro
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro insiste na tese da prisão domiciliar por razões humanitárias, argumentando que sua idade avançada e múltiplos problemas de saúde exigiriam permanência em residência com acesso facilitado a atendimento médico especializado.
A contradição dos endereços
Os fatos, contudo, revelam uma contradição significativa neste argumento. A residência escolhida pela defesa, localizada no Condomínio Solar de Brasília, fica aproximadamente a 20 quilômetros do DF Star - o hospital privado onde Bolsonaro costuma se tratar.
Em contraste, a Superintendência da Polícia Federal, no Setor Policial Sul, está a apenas 3,1 quilômetros do mesmo estabelecimento de saúde. Esta distância significativamente menor cria um paradoxo no discurso da defesa.
A realidade dos tempos de resposta
Do ponto de vista estritamente humanitário, a unidade da PF se mostra um endereço muito mais prudente que a casa do ex-presidente. Em caso de emergência médica, uma ambulância chegaria mais rapidamente à cela do que à sala de estar da residência particular.
O ex-presidente voltou a recolher-se em sua residência em Brasília sete horas após ter ingressado no hospital privado para uma intervenção cirúrgica no dia 14 de setembro de 2025. Esta foi sua primeira saída após ser condenado a 27 anos e três meses de prisão por golpismo.
A análise geográfica simplesmente derruba o discurso da defesa, demonstrando que, se o critério for realmente o acesso rápido a atendimento médico especializado, a unidade policial oferece condições mais vantajosas que o endereço residencial.