
O relator da CPI do INSS, deputado Carlos Alberto (PL-RJ), deixou claro qual será a estratégia principal da comissão: seguir o dinheiro. E não é metáfora. A comissão vai literalmente traçar o caminho percorrido por cada centavo desviado para descobrir exatamente quem estava por trás—ou na frente—dessas operações.
"Vamos mapear todo o percurso financeiro", afirmou o parlamentar, com a convicção de quem já tem pistas importantes. "É assim que se descobre não apenas os executores, mas principalmente os mandantes e seus apoios políticos."
O que esperar da investigação?
A CPI, que promete ser uma das mais explosivas dos últimos tempos, focará em desvios ocorridos durante a gestão de Jair Bolsonaro. Mas atenção: isso não significa que a investigação será limitada a um período ou grupo específico. O rastro do dinheiro não tem bandeira partidária.
Carlos Alberto já adiantou que a comissão possui relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que indicam movimentações suspeitas—coincidentemente—próximas a datas de decisões judiciais favoráveis a grupos investigados. Conveniente, não?
As peças do quebra-cabeça
- Análise detalhada de relatórios de inteligência financeira
- Quebra de sigilos bancário e fiscal de envolvidos
- Apuração de conexões entre beneficiários de decisões e agentes políticos
- Investigação de possíveis tráfegos de influência dentro do INSS
O relator foi enfático ao dizer que não há espaço para achismos. Tudo dependerá de provas concretas—do tipo que o dinheiro costuma deixar para trás. "Onde há fumaça, há fogo. E onde há dinheiro movendo decisões, há papelão", brincou, num raro momento de descontração.
A expectativa é que os trabalhos da CPI comecem efetivamente nas próximas semanas, após a definição de todos os membros e a estruturação das equipes de investigação. E olha, promete agitar o cenário político nacional.
Enquanto isso, muitos devem estar revisando extratos bancários com um pouco mais de atenção. A caça aos corruptos—e aos seus protetores—está oficialmente aberta.