O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a ser alvo de críticas após um discurso marcado por jogos retóricos, que levantou suspeitas sobre uma possível tentativa de golpe. Analistas políticos afirmam que o tom adotado pelo ex-mandatário busca disputar a narrativa em meio ao cenário polarizado do país.
Durante o evento, Bolsonaro evitou declarações diretas, mas usou metáforas e insinuações que foram interpretadas como um chamado a apoiadores. "Quando você não tem justiça, o povo tem o direito de agir", disse, em uma fala que gerou reações imediatas.
Reações e acusações
Opositores e parte da mídia classificaram o discurso como "perigoso" e "incendiário", acusando o ex-presidente de minar a democracia. Juristas destacam que, embora não haja uma menção explícita a ações ilegais, o contexto pode configurar apologia a atos antidemocráticos.
Por outro lado, aliados de Bolsonaro defendem que suas palavras foram distorcidas e que ele apenas exercitou o direito à liberdade de expressão. "Ele sempre defendeu a Constituição", afirmou um deputado próximo ao ex-presidente.
Impacto na disputa narrativa
Especialistas em comunicação política avaliam que o episódio reforça a estratégia de Bolsonaro de manter sua base mobilizada, mesmo sem ocupar cargos públicos. A polarização, segundo eles, segue como ferramenta central na disputa pelo controle da narrativa nacional.
Enquanto isso, setores democráticos alertam para os riscos de discursos que possam inflamar ainda mais o cenário político brasileiro, já marcado por tensões nos últimos anos.
