
O cenário político em Brasília parece aqueles dias de temporal - um momento de calmaria, outro de trovoada. E esta semana não foi diferente. Enquanto de um lado o Conselho de Ética da Câmara começa a mirar seus holofotes em parlamentares bolsonaristas, do outro, o governo anuncia mudanças no FGTS que podem significar mais dinheiro no bolso do trabalhador.
Parece desconexo? Talvez. Mas é assim mesmo que funciona a máquina pública - várias engrenagens girando ao mesmo tempo, nem sempre sincronizadas.
A caça às bruxas ou a busca por ética?
O Conselho de Ética da Câmara acordou com gosto de 'dessa vez vai'. E os alvos principais? Dois parlamentares que são praticamente sinônimo do governo Bolsonaro: Carla Zambelli e Clarissa Tércio. A primeira, aquela da arma na rua que viralizou - e não foi meme bom. A segunda, envolvida até o pescoço naquelas suspeitas de rachadinha que teimam em não sair dos holofotes.
O presidente do Conselho, o deputado Cássio Andrade (PSB-PA), parece determinado. "Temos que dar celeridade aos processos", disse ele, com aquela cara de quem já viu muita coisa engavetada. Mas cá entre nós - será que dessa vez vai pra frente ou é só fogo de palha?
E não para por aí. O tal do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) - aquela agência que rastreia dinheiro como cão farejador - mandou um relatório gordo sobre movimentações suspeitas de Zambelli. Coincidência ou timing perfeito?
E o FGTS nessa história?
Enquanto a turma da ética afia as garras, o governo resolveu dar uma alegria - ou pelo menos tentar - para o trabalhador. As novas regras do FGTS são daquelas que a gente precisa ler com calma, porque o diabo mora nos detalhes.
Agora dá pra usar o FGTS para comprar imóveis até R$ 300 mil - antes era R$ 270 mil. Parece bom, né? Mas espera aí. Com os preços dos imóveis nas alturas, será que isso realmente ajuda ou é só migalha?
E tem mais: aquela história de usar o FGTS para pagar parte do financiamento? Agora o limite subiu de R$ 180 mil para R$ 210 mil. Na teoria, facilita. Na prática... bem, quem já tentou comprar um imóvel sabe que as dificuldades vão além disso.
O que realmente muda?
- Valor máximo para compra à vista: foi de R$ 270 mil para R$ 300 mil
- Limite para amortização: aumentou de R$ 180 mil para R$ 210 mil
- Prazos? Continuam os mesmos - até 180 dias para compra e 90 para amortização
- E atenção: só vale para imóveis novos, hein?
Parece que o governo tenta equilibrar as coisas - de um lado a mão pesada com a oposição, do outro um osso jogado para a população. Será estratégia ou simples coincidência?
O fato é que Brasília nunca dorme. Enquanto você lê isso, alguém está tramando algo nos corredores do Congresso. E seu FGTS? Bem, seu FGTS continua lá, esperando você decidir o que fazer - se é que decide alguma coisa nesse país de tantas incertezas.
Uma coisa é certa: a política brasileira continua sendo aquela novela mexicana que nunca acaba. Só muda o canal.