
O que era um murmúrio nos corredores do poder explodiu em rede nacional nesta quinta-feira. Um áudio — desses que vazam mais rápido que notícia de greve — pôs lenha na fogueira da já conturbada relação entre a família Bolsonaro e o governador de São Paulo.
Eduardo Bolsonaro, não é de hoje, soltou os cachorros. Num tom que misturava indignação genuína com calculismo político, o deputado federal disparou críticas ferinas contra Tarcísio de Freitas. O motivo? Aquele aumento nas tarifas de energia que deixou meio Brasil de cabelo em pé.
O estopim: o áudio que circulou como pólvora
«O cara simplesmente lavou as mãos», teria dito Eduardo, referindo-se ao governador paulista. A voz, grave e carregada daquela frustração típica de quem se sente traído, ecoou em grupos de WhatsApp antes de chegar à imprensa. Coisa de menos de duas horas.
Mas Tarcísio — ah, Tarcísio — não é homem de ficar quieto. O governador, com aquela calma que irrita ainda mais os opositores, saiu a público com uma resposta que mais parecia uma aula de relações internacionais.
A jogada inesperada do governador
«Estamos negociando diretamente com o governo dos Estados Unidos», declarou ele, sem papas na língua. Sim, você leu direito: diretamente com os EUA. Uma manobra ousada que deixou muitos analistas coçando a cabeça.
O pulo do gato? O acordo envolvendo a Taesa — essa sim, uma peça-chave no tabuleiro energético brasileiro. Tarcísio argumenta que a solução passa longe de Brasília e mira Washington. Ousado, não?
O problema é que o timing não poderia ser pior. Enquanto a população sente no bolso o peso da conta de luz, a classe política se degladia em microfones abertos e conversas vazadas.
O silêncio que fala mais alto
Do outro lado, o ex-presidente Jair Bolsonaro mantém um silêncio estratégico. Nada de comentários, nenhum post nas redes sociais. Apenas aquela quietude que, sabemos bem, nunca é realmente quietude.
Especialistas em política ouvidos pela reportagem apontam que a crise expõe uma fratura cada vez mais evidente no espectro conservador. «É a guerra das egos com disfarce de disputa ideológica», define um analista que preferiu não se identificar.
Enquanto isso, nas ruas, o povo pergunta: e as tarifas, vão cair ou não? A pergunta que ficou no ar — e que ninguém parece disposto a responder com clareza.