
Parece que o campo tocantinense virou palco de uma operação tão ardilosa quanto um filme de faroeste — só que sem heróis de chapéu e com muita gente passando para o lado errado da lei. A Polícia Civil, com aquela paciência de quem sabe esperar o momento certo, acabou com uma quadrilha especializada em fazer gado desaparecer como mágica.
O negócio era simples, mas eficaz: um vaqueiro — sim, justo a pessoa que deveria proteger os animais — usava seu conhecimento das fazendas para identificar o gado mais valioso. Depois, era só marcar o bicho e sumir com ele. Uma traição que custou caro aos produtores rurais da região.
O esquema que desmontou a confiança no campo
Quatro pessoas estão agora respondendo pela farra que durou meses. A polícia acredita que o grupo agia de forma organizada, escolhendo propriedades específicas e transportando os animais roubados para outros municípios. Imagina só: 400 cabeças de gado, sumindo sem deixar rastro — ou melhor, deixando, mas a quadrilha cobria os passos com maestria.
O vaqueiro, cujo nome não foi divulgado, era peça fundamental nesse quebra-cabeça do crime. Ele conhecia os hábitos das fazendas, os horários de vigilância e, claro, sabia identificar quais animais valiam mais no mercado. Uma traição que doi no bolso e na confiança de quem vive da terra.
Operação fecha cerco contra roubo de gado
A investigação — que começou discretamente há algum tempo — finalmente mostrou os dentes. Dois mandados de busca e apreensão foram executados em Miracema do Tocantins, e a polícia garante que recuperou parte do que foi levado. Mas convenhamos: gado não some sozinho, e o prejuízo já estava feito.
O que mais choca nessa história toda é a frieza do esquema. Não era um crime de oportunidade, algo feito no calor do momento. Era planejamento puro — desde a seleção dos animais até a venda para terceiros, que provavelmente nem desconfiavam estar comprando gado 'quente'.
Agora o quarteto responde por furto qualificado, e algo me diz que vai demorar um bom tempo até que a confiança volte ao campo tocantinense. Uma pena, porque o agronegócio já tem desafios demais para lidar com traições vindas de dentro.