
Parece que a sede por lucro fácil levou alguns empreendedores duvidosos a cruzar a linha da legalidade em Quipapá. A Polícia Civil, com aquela sagacidade que só quem conhece o terreno possui, desbaratou nesta sexta-feira um esquema que, convenhamos, tinha certa ousadia.
Não era qualquer operaçãozinha caseira, não. Estamos falando de uma verdadeira linha de produção clandestina — algo que me faz questionar: até onde vai a criatividade humana quando o assunto é burlar a lei?
O que encontraram no local?
A lista é tão extensa que chega a impressionar. Os policiais se depararam com:
- Centenas de garrafas de diversas marcas de whisky — algumas tão bem falsificadas que enganariam qualquer um desatento
- Caixas e mais caixas de cervejas de marcas populares, todas com aquela aparência convincente
- Vodkas, gins e até espumantes — porque, aparentemente, os falsificadores não faziam distinção de preferências alcoólicas
- Material de embalagem em quantidade industrial: rótulos, tampas, caixas... Tudo muito profissional, diga-se de passagem
O volume era tão significativo que os agentes precisaram de um caminhão inteiro só para transportar tudo. Imagino a cena: aquela movimentação incomum chamando a atenção dos vizinhos, o burburinho que uma operação dessas causa numa cidade do interior.
Um negócio que não deixa pedra sobre pedra
O que mais me choca nesses casos — e confesso que já cobri vários ao longo dessas duas décadas de profissão — é a frieza com que esses criminosos colocam a saúde pública em risco. Bebidas falsificadas podem conter de tudo, desde álcool industrial até substâncias realmente perigosas.
E o pior: muitas vezes são vendidas a preços tentadores, justamente para atrair quem busca economizar. Uma economia que, no final das contas, pode custar caríssimo.
E agora, o que acontece?
Os envolvidos, é claro, responderão criminalmente. Falsificação de produtos é crime sério, e quando falamos de bebidas alcoólicas, a situação fica ainda mais complicada — afinal, estamos lidando com a saúde das pessoas.
A Polícia segue investigando para identificar toda a rede. Porque numa operação desse tamanho, dificilmente estamos falando de uma ou duas pessoas apenas. Deve haver uma cadeia inteira por trás: quem produz, quem distribui, quem vende...
Enquanto isso, a população de Quipapá e região ganha um alívio. Mais um esquema que cai por terra, mostrando que o crime, por mais organizado que pareça, sempre acaba tropeçando.
Fica o alerta: na próxima vez que você encontrar uma bebida com preço suspeitosamente baixo, desconfie. Às vezes, a economia imediata não vale o risco que se corre.