
Era pra ser mais uma blitz rotineira na Zona Norte de São Paulo. Mas o que começou como fiscalização de trânsito virou cena de filme de ação — do tipo que ninguém quer protagonizar. Um jovem, cujo nome ainda não foi divulgado, decidiu que regras são para outros e meteu o pé no acelerador quando viu a viatura.
O PM, que só queria fazer seu trabalho, quase virou capa de jornal no pior sentido possível. O carro passou raspando — tão perto que deixou o uniforme do agente marcado de graxa. "Parecia cena de videogame", contou uma testemunha que preferiu não se identificar. "O cara nem hesitou, foi tudo muito rápido."
Fuga cinematográfica (mas sem final feliz)
Nos dias seguintes, a polícia trabalhou com aquele misto de irritação e determinação que só quem já perseguiu meliante conhece. Reviraram câmeras de segurança, bateram ponto em bocas de fumo da região e fizeram o que a corporação sabe fazer melhor: apertar os contatos até o meliante escorrer.
E escorreu. Nesta segunda (18), o tal "piloto de corrida" improvisado foi encontrado escondido num apê na Vila Medeiros — porque sim, esses caras sempre acham que o problema vai passar se ficarem quietinhos. "Tava tranquilo, achando que tinha dado o bote", contou um delegado que acompanhou a prisão. "Quando a equipe invadiu, o cara ficou branco igual papel."
O que esperar agora?
Além de responder por tentativa de homicídio — porque atropelar PM não é brincadeira de criança —, o jovem vai ter que explicar porque achou que fugir era boa ideia. A viatura danificada, o agente assustado e as câmeras que não mentem formam um quebra-cabeça difícil de desmontar.
E tem mais: fontes do DHPP contaram que o carro usado na fuga pode ter ligação com outros crimes na região. "Quando começamos a investigar, apareceram mais fios pra puxar", disse um investigador enquanto tomava seu café amargo, típico de quem passa noites em claro.
Enquanto isso, nas ruas da Zona Norte, os PMs seguem fazendo blitz com um olho no radar e outro no retrovisor. Porque em São Paulo, como diz o ditado popular, "o perigo mora ao lado — e às vezes vem em alta velocidade".