
Imagine comprar uma bebida achando que é uma marca conhecida e descobrir depois que foi produzida num quintal sem as mínimas condições de higiene. Pois é, essa realidade assustadora estava mais perto do que se imaginava em Hortolândia.
A Polícia Civil, seguindo aquela intuição que só quem está na rua há anos desenvolve, desbaratou uma fábrica clandestina que funcionava descaradamente numa casa comum. E não era pouca coisa não — o esquema montado lá dentro dava até vergonha pela cara de pau dos envolvidos.
O que a polícia encontrou
Quando os agentes chegaram ao endereço, no Jardim Sumarezinho, a surpresa foi daquelas que faz você revirar os olhos. Dentro da residência, encontraram:
- Um alambique completo, daqueles que parecem sair de um filme sobre a Lei Seca
- Centenas de garrafas vazias — algumas de marcas famosas, outras genéricas
- Rótulos falsos prontos para colar
- Diversos galões com bebida já pronta para o 'consumo'
- Taparolas, desses que vedam as garrafas
E olha que o negócio não era pequeno — tinham 130 litros de cachaça já engarrafados e mais 80 litros fermentando, esperando a vez de virar o próximo lote. Uma produção caseira que faria qualquer um tremer só de pensar em consumir.
O perigo escondido nas garrafas
Agora, o que realmente preocupa — e muito — é a falta total de controle nesse tipo de produção. Bebidas destiladas feitas assim podem conter metanol, um álcool altamente tóxico que já mandou muita gente para o hospital — quando não para algo pior.
Sem falar nas condições de higiene, que pelo visto eram as que o 'deus dará' proporcionava. É aquela velha história: o barato que sai caro, muito caro.
Como descobriram
A operação não foi por acaso, claro. A Divisão de Investigações sobre Produtos Piratas e Descaminhos (Dipesp) vinha acompanhando suspeitas sobre o local há algum tempo. E quando as peças se encaixaram, não perderam tempo.
O delegado Fabiano de Souza Prado, que coordenou a ação, foi direto ao ponto: "A produção caseira de bebidas alcoólicas sem registro nos órgãos competentes configura crime, pois não há qualquer tipo de controle de qualidade". E ele tem toda razão — isso é brincar com a saúde das pessoas.
Os donos do 'empreendimento' ilegal, é claro, não estavam por perto quando a polícia chegou. Mas o inquérito continua, e essa história ainda vai dar muito pano para manga. Afinal, ninguém monta uma estrutura dessas do dia para noite.
Enquanto isso, o material apreendido vai passar por análise — e serve de alerta para quem pensa em comprar bebidas de procedência duvidosa. Porque no final, a economia de alguns reais pode custar muito mais caro do que se imagina.