Superlotado e dominado por criminosos: a realidade chocante do presídio onde Zambelli está detida
Superlotação e crime: o presídio onde Zambelli está

Imagine um lugar onde o espaço é tão escasso que os presos precisam dormir em turnos. Onde as facções comandam até o preço do sabonete. Não é roteiro de filme — é o dia a dia no Presídio de Tremembé, onde a ex-deputada Carla Zambelli cumpre pena.

Com capacidade para 360 detentos, hoje abriga quase 900. "É como enfiar um estádio de futebol num ovo de codorna", diz um agente penitenciário que pediu anonimato — com medo, claro.

Hierarquia invertida

Dentro desses muros, a lei oficial virou letra morta. Quem manda mesmo são os "faxinas" — presos que administram celas inteiras como se fossem mini-estados criminosos. Eles:

  • Controlam quem entra e sai das celas
  • Decidem quem dorme onde (ou se dorme)
  • Cobram "taxas" por qualquer migalha de conforto

Um detento relatou — entre um suspiro e outro — que chegou a pagar R$50 por um pedaço de colchonete. "Melhor que dormir no chão de concreto", justificou, com um humor negro que só quem viveu sabe ter.

Zambelli na "ala VIP"

Enquanto isso, na tal "ala dos famosos", a realidade é menos cruel. Zambelli divide espaço com outras figuras públicas em celas menos lotadas — 8 pessoas onde caberiam 4. Privilégio? "É questão de segurança", defende a administração.

Mas nem assim é fácil. Fontes contam que a ex-parlamentar:

  1. Acordou com baratas no rosto na primeira noite
  2. Teve que aprender a tomar banho de canequinha em 3 minutos
  3. Já foi acordada por brigas de facções no meio da madrugada

"Todo mundo sofre aqui, uns mais, uns menos", filosofou um preso, enquanto consertava um rádio de pilha — seu único elo com o mundo exterior.

Sistema em colapso

Especialistas apontam que Tremembé é só a ponta do iceberg. Com 852 mil presos (a 4ª maior população carcerária do mundo), o Brasil parece ter escolhido o caminho do encarceramento em massa sem estrutura.

Resultado? Presídios viram "escolas do crime" — onde pequenos infratores saem doutores em ilegalidade. E a sociedade, é claro, paga a conta.

Enquanto isso, entre as grades de Tremembé, a vida segue seu curso absurdo. Com uma diferença: agora tem uma ex-deputada como testemunha ocular do caos que muitos só conhecem pelas manchetes.