
O mercado financeiro brasileiro acordou com uma notícia que mistura crime organizado, dinheiro e bastidores corporativos. A Reag Capital, aquela empresa que até pouco tempo atrás figurava entre os papéis negociados na Bolsa, simplesmente decidiu dar adeus ao pregão.
E o motivo? Bom, aí é que está o pulo do gato. A coisa toda tem a ver com aquela megaoperação da Polícia Federal que sacudiu o país - a Operação Lótus, que mirou diretamente as engrenagens financeiras do Primeiro Comando da Capital, o temido PCC.
O que a polícia descobriu
Parece que a Reag Capital estava bem no meio desse emaranhado. Segundo as investigações - e isso é assustador - a empresa servia como uma espécie de "caixa dois" da facção. Lavagem de dinheiro em grande escala, essa velha conhecida da criminalidade.
Os números são de deixar qualquer um de queixo caído: cerca de R$ 300 milhões em patrimônio bloqueado, 89 mandados de busca e apreensão espalhados por São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. Uma operação que mobilizou 270 policiais federais. Não foi brincadeira não.
O sumiço da Bolsa
Agora vem a parte que interessa aos investidores: a empresa simplesmente sumiu do mapa da B3. O que era para ser uma companhia de capital aberto, sujeita às regras da CVM e com transparência obrigatória, virou pó. Ou melhor, virou uma empresa de capital fechado da noite para o dia.
Imagina o susto de quem tinha ações? Do dia para a noite, seu investimento praticamente evaporou. É aquela velha história: quando a esmola é demais, o santo desconfia.
As conexões perigosas
O mais intrigante nisso tudo são os elos que a polícia está desvendando. A Reag Capital não era qualquer empresa de fundo de quintal - tinha negócios no agronegócio, na pecuária, em frigoríficos. Setores que, convenhamos, sempre foram alvo de interesse do crime organizado.
E tem mais: as investigações mostram que o esquema envolvia até mesmo um ex-vereador de São Paulo. Política e crime organizado - uma combinação que infelizmente não nos surpreende mais.
O que isso significa para o mercado?
Olha, é para ficar de olho aberto. Quando uma empresa desse porte se revela envolvida em esquemas tão complexos, a pergunta que fica é: quantas outras estão por aí? O sistema financeiro brasileiro, que já sofre com tantas incertezas, agora precisa lidar com mais essa sombra.
E pensar que tem gente que ainda acredita em ganhos milagrosos no mercado financeiro. Quando a coisa parece boa demais para ser verdade, provavelmente não é.
O caso da Reag Capital vai ficar como um alerta. Um daqueles episódios que os especialistas em compliance vão estudar por anos. E que vai fazer muitos investidores pensarem duas vezes antes de aplicar seu dinheiro em empresas com históricos duvidosos.
Enquanto isso, a PF continua conectando os pontos. E o mercado, apreensivo, espera que não haja mais surpresas desagradáveis.