Um homem foi preso nesta terça-feira, 2 de abril, no Rio de Janeiro, durante uma operação policial que desarticula uma quadrilha especializada em aplicar golpes utilizando falsos exames médicos. A ação, batizada de Operação Fake Doc, cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão em seis endereços na cidade.
Como funcionava o golpe da falsa emergência médica
Segundo as investigações da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, responsável pela operação, a organização criminosa atuava em escala nacional. O suspeito preso, Juan Pablo Rodrigues de Barros, era apontado como o responsável por realizar os contatos telefônicos com as vítimas. A tática consistia em obter dados de pacientes e, em seguida, ligar para suas famílias, fingindo ser um médico.
Os criminosos informavam que o estado de saúde do parente havia piorado drasticamente e que os planos de saúde não cobririam os supostos novos exames necessários. Explorando o desespero e a preocupação dos familiares, a quadrilha exigia pagamentos imediatos para dar continuidade ao tratamento.
Estrutura criminosa e outro suspeito foragido
A operação revelou uma divisão de tarefas dentro do grupo. Enquanto Juan Pablo aplicava o golpe por telefone, outro indivíduo, identificado como Marcus Vinícius Costa Jacinto, administrava as contas bancárias para onde o dinheiro das vítimas era direcionado via Pix. Marcus Vinícius, que é ex-namorado da mãe de Juan Pablo, encontra-se foragido e é alvo de mandado de prisão.
Durante as buscas, os policiais apreenderam celulares, computadores e diversos documentos. Todo o material será submetido à análise pericial para rastrear transações financeiras e identificar outras vítimas e possíveis integrantes da quadrilha.
Alerta importante para a população
A polícia aproveita para alertar a população sobre a natureza fraudulenta desse tipo de contato. Hospitais e clínicas sérias não solicitam pagamentos por telefone, especialmente sob a alegação de emergências. A orientação é que, ao receber uma ligação com essas características, a pessoa desligue imediatamente e entre em contato diretamente com a instituição de saúde onde o paciente está, usando números oficiais, para confirmar qualquer informação.
A investigação segue em andamento para apurar a extensão total dos crimes e localizar todos os envolvidos. A suspeita é de que a organização tenha feito um grande número de vítimas em diferentes estados do Brasil.