A Polícia Civil do Paraná deflagrou uma grande operação nesta terça-feira, 2 de dezembro, que resultou na prisão de 13 pessoas investigadas por integrarem uma poderosa organização criminosa. O grupo é acusado de atuar no tráfico de drogas e armas em escala nacional, estabelecendo negociações diretas com facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).
Líder preso em condomínio de luxo no litoral de SC
O homem apontado como o líder da organização foi capturado pela polícia durante a manhã, em um apartamento localizado em um condomínio de alto padrão na cidade de Itapema, no litoral de Santa Catarina. Durante a busca no imóvel, os policiais encontraram uma quantia significativa de dinheiro em espécie, escondida em um fundo falso de armário.
De acordo com o delegado Victor Loureiro Mattar Assad, o investigado era o principal coordenador das atividades ilícitas. "Ele negociava diretamente com líderes de facções que demandavam drogas e armas, além de comandar toda a logística do transporte", afirmou o delegado. A operação contava com o apoio de familiares, incluindo a irmã e sobrinhos do líder.
Armas de grosso calibre para o Rio de Janeiro
A investigação revelou que a organização possuía uma clientela específica no estado do Rio de Janeiro, para onde eram enviadas principalmente armas de grosso calibre. "Eles tinham clientes no estado, que frequentemente solicitavam a eles fuzis, para abastecer as áreas conflagradas do Rio", acrescentou o delegado Assad, destacando o papel do grupo no fornecimento de armamento pesado para regiões em conflito.
Além das 13 prisões em flagrante, a operação cumpriu 25 mandados de busca e apreensão, 28 ordens de bloqueio de veículos e 14 bloqueios de contas bancárias. Os policiais apreenderam ao longo do dia grandes quantias em dinheiro vivo, armas de fogo, porções de drogas, veículos de luxo e até uma moto-aquática.
Esquema movimentou mais de meio bilhão de reais
A estrutura criminosa ia além do tráfico, possuindo uma complexa estrutura empresarial para lavagem de dinheiro e ocultação patrimonial. Por meio de empresas de fachada, o grupo movimentou mais de R$ 513 milhões em operações financeiras suspeitas. A Polícia Civil afirma que esses valores são totalmente incompatíveis com as declarações de renda apresentadas pelas pessoas e empresas investigadas.
O delegado Assad resumiu a extensão do esquema: "Além do tráfico de drogas e armas, o esquema criminoso possuía estrutura empresarial, praticava lavagem de dinheiro e ocultação patrimonial". A operação representa um duro golpe em uma rede que atuava como um braço logístico e financeiro para algumas das maiores facções do país.