Playboy de Maceió é morto em tiroteio: investigação aponta ligação com facções e roubos de luxo
Playboy morto em Maceió tinha ligação com facções

Era para ser mais uma noite comum na vida privilegiada de um jovem da elite maceioense, mas o destino pregou uma daquelas peças que ninguém - absolutamente ninguém - poderia antever. Na última sexta-feira, por volta das 22h30, a Zona Sul da capital alagoana foi palco de uma cena digna de filme policial.

Matheus Cavalcante da Silva, 23 anos, não era exatamente o que se poderia chamar de "cidadão comum". Morador do bairro nobre do Jatiúca, ele circulava em ambientes frequentados pela nata da sociedade local. Mas, pasmem, as aparências enganam - e como enganam.

O confronto que chocou a cidade

A coisa toda começou quando viaturas da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam) se aproximaram de um veículo suspeito. O que deveria ser uma abordagem de rotina rapidamente se transformou em pesadelo. Do carro, saíram tiros. Muitos tiros.

Os policiais revidaram, é claro. Quando a poeira baixou, Matheus estava morto no local. Um outro homem que estava com ele conseguiu escapar - sumiu no emaranhado de ruas da cidade como se a terra o tivesse engolido.

As conexões surpreendentes

Aqui é que a história fica realmente interessante. Segundo fontes da investigação, o tal "playboy" tinha ligações - e que ligações! - com duas das maiores facções criminosas do país: o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).

Não é todo dia que se vê um jovem da alta sociedade misturado com organizações dessa magnitude. A delegada Marília Tavares, que coordena as investigações, não esconde a surpresa: "As conexões são complexas e nos levam a crer que ele atuava como intermediário entre o mundo do crime organizado e... bem, digamos, clientes especiais".

Os roubos que ninguém explicava

Lembram-se daquela série de roubos a residências de luxo que vinha tirando o sono dos moradores mais abastados de Maceió? Pois é, parece que finalmente temos uma pista.

As investigações apontam que Matheus estaria envolvido nesses crimes - ele teria a função específica de indicar as residências mais promissoras. Conhecia os endereços, sabia da rotina dos moradores, tinha acesso a informações privilegiadas. Um verdadeiro inside job.

Os alvos não eram quaisquer casas, não. Estamos falando de propriedades de alto padrão, daquelas com sistemas de segurança sofisticados e pertences valiosos. Joias, eletrônicos caros, dinheiro em espécie - o que houvesse de melhor.

O que a polícia encontrou

No carro onde Matheus foi morto, a polícia fez descobertas que só confirmam as suspeitas:

  • Uma pistola ponto 40
  • Dois carregadores
  • Munição intacta e... cápsulas já deflagradas
  • Vários aparelhos celulares
  • Documentos que estão sendo analisados

Não é pouca coisa, convenhamos.

Um retrato inusitado do acusado

Matheus, segundo quem o conhecia, era o que se poderia chamar de "contradição ambulante". Frequentava os melhores lugares, vestia roupas de marca, tinha acesso a círculos sociais restritos. Mas, ao mesmo tempo, mantinha relações com figuras do submundo alagoano.

Parece que ele descobriu - da pior maneira possível - que brincar com fogo queima. E queima muito.

A delegada Marília é enfática: "Estamos diante de um caso que expõe as complexas e perigosas relações entre diferentes esferas da sociedade. Não se trata de um crime comum, mas de algo muito mais elaborado e preocupante".

As investigações continuam, é claro. A polícia trabalha agora para identificar o comparsa que fugiu e desvendar todas as conexões dessa trama que mistura luxo, poder e crime organizado.

Uma coisa é certa: a morte de Matheus Cavalcante da Silva levantou um véu sobre uma realidade que muitos prefeririam ignorar. Em Maceió, como em tantas outras cidades brasileiras, os mundos paralelos às vezes se cruzam - e quando isso acontece, as consequências podem ser fatais.