
Era uma operação que já vinha dando o que falar há tempos, mas a PF resolveu fechar com chave de ouro — ou melhor, com handcuffs de metal. Nesta quarta-feira (20), a Polícia Federal deu início à tão aguardada fase final da Operação Fraus, mirando um esquema de fraudes em licitações que, pasmem, desviou nada menos que R$ 200 milhões dos cofres públicos.
Dois mandados de prisão preventiva foram executados em Vitória da Conquista, no sudoeste baiano. A cidade, conhecida pelo clima agradável e pelo comércio forte, agora vira palco de mais um capítulo dessa trama que mistura poder, dinheiro e… muita cara de pau.
Como o esquema funcionava? A arte de enganar o erário
Parece roteiro de filme, mas é pura realidade: os investigados — incluindo servidores públicos e empresários — atuavam em conluio para fraudar processos licitatórios. E não era qualquer golpe: superfaturavam serviços, manipulavam editais e desviaam recursos que deveriam estar beneficiando a população.
Os crimes investigados são daqueles pesados: organização criminosa, fraudes a licitações, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Um pacote completo de ilegalidades que rendeu, até agora, a recuperação de impressionantes R$ 20 milhões em bens — valores que serão restituídos ao poder público, claro.
Não é de hoje
A operação não surgou do nada. Ela é resultado de uma investigação longa, minuciosa, que começou ainda em 2023 com base em delações da Operação Lótus — lembra dela? Pois é. A Justiça Federal em Vitória da Conquista autorizou tudo, com o Ministério Público Federal no comando das requisições.
E olha só que curioso: os alvos dessa fase final estavam com a corda no pescoço desde julho, quando a PF já havia cumprido mandados de busca e apreensão contra eles. Agora, a coisa ficou séria de vez.
O balanço até agora
Desde que começou, a Operação Fraus já resultou em:
- R$ 20 milhões em bens recuperados
- 16 mandados de prisão preventiva cumpridos
- 7 mandados de prisão temporária
- Mais de 80 mandados de busca e apreensão
Números que impressionam — e assustam. Afinal, estamos falando de um esquema que durou anos, sugando recursos que deveriam estar financiando saúde, educação, infraestrutura…
A PF garante que as investigações continuam. E eu não duvido que ainda saia mais coisa por aí. Quando o buraco é tão fundo, geralmente tem mais gente enterrada — literal e figurativamente.
Enquanto isso, Vitória da Conquista se vê mais uma vez no centro de um escândalo que, infelizmente, parece ser cada vez mais comum no Brasil. A esperança? Que operações como a Fraus sirvam de exemplo — e de aviso — para quem ainda acha que o erário público é conta particular.