
Não é todo dia que a rotina dos Correios vira palco de uma investigação federal, mas em Campina Grande, a história foi diferente. Um casal, que até então passava despercebido, acabou no centro de uma operação da Polícia Federal (PF) por suspeita de receber drogas e medicamentos paraguaios — tudo via encomendas postais. Parece roteiro de filme, mas foi a realidade que desembarcou na Paraíba.
Segundo as investigações — que já rolavam há meses —, os pacotes chegavam com remédios controlados e substâncias ilícitas, cuidadosamente camuflados entre objetos comuns. A PF, claro, não comprou a versão dos suspeitos de que eram "presentes de familiares". Afinal, quem manda maconha e tarja preta pelo correio?
Como o esquema funcionava?
Detalhes revelam que o casal usava laranjas — pessoas que nem desconfiavam que seus nomes estavam sendo usados para receber as encomendas. Uma teia bem armada, mas que começou a desmoronar quando fiscais dos Correios estranharam o excesso de pacotes vindos do Paraguai.
E não era pouco: remédios para emagrecer, ansiolíticos e até comprimidos à base de anfetamina — tudo sem registro na Anvisa. As drogas, segundo a PF, eram repassadas para o mercado local, enquanto os medicamentos abasteciam uma rede paralela de venda ilegal.
O que diz a defesa?
Até agora, os advogados do casal mantêm o discurso de que são "vítimas de um erro". Mas, convenhamos, a PF não costuma bater na porta de qualquer um sem provas robustas. Ainda mais quando rastreamentos, quebras de sigilo e até grampos (sim, aqueles mesmo) apontam para um esquema organizado.
Enquanto isso, a pergunta que fica é: quantos outros pacotes "inocentes" podem estar circulando por aí? A operação ainda está em andamento, e novos nomes podem surgir. Fiquem de olho — ou melhor, de olhos bem abertos.