Operação da PF desmantela megaesquema de 330 empresas de fachada e prende 14 no Paraná
PF prende 14 por esquema de 330 empresas de fachada no PR

Imagine criar 330 empresas do nada. Só no papel, é claro. Pois é exatamente isso que a Polícia Federal acabou de desbaratar numa operação de tirar o fôlego no Paraná.

Quatorze pessoas foram presas em flagrante durante a Operação Salomão, deflagrada nesta terça-feira em Cascavel. O alvo? Uma organização criminosa que especializou-se numa arte obscura: a criação de empresas fantasmas para lavar dinheiro e cometer fraudes fiscais em larga escala.

O modus operandi que enganou o sistema

O esquema era complexo — e audacioso. Os investigados literalmente fabricavam empresas. Usavam dados de pessoas físicas, muitas vezes sem seu conhecimento, para constituir essas entidades de fachada. O objetivo principal era emitir notas fiscais frias, fraudulentas, para empresas de diversos setores, principalmente do agronegócio.

Essas notas serviam para um propósito duplo e nefasto: simular créditos fiscais que nunca existiram e lavar montanhas de dinheiro de origem duvidosa. Um verdadeiro castelo de cartas construído sobre a ilegalidade.

Os números que assustam

O prejuízo é astronômico. Estima-se que o grupo tenha movimentado nada menos que R$ 1,5 bilhão por meio dessas operações fraudulentas. Um valor que deixa qualquer um boquiaberto.

As investigações, que começaram lá atrás, em 2022, revelaram uma teia complexa de crimes:

  • Lavagem de dinheiro (muito dinheiro, por sinal)
  • Fraude contra o sistema fiscal
  • Falsificação de documentos
  • Uso de identidades falsas — ou pior, roubadas
  • Formação de uma organização criminosa sólida e estruturada

Não foi um trabalho rápido. A PF mergulhou fundo no caso, analisando milhares de documentos e quebrando um esquema que parecia ter sido arquitetado para ser indecifrável.

As consequências para os envolvidos

Além das 14 prisões em flagrante — que têm um peso considerável —, os mandados judiciais incluíram ordens de busca e apreensão em vários endereços. A justiça ainda determinou o bloqueio de bens dos investigados, tentando recuperar parte do prejuízo causado aos cofres públicos.

Os crimes apurados são graves. Muito graves. E agora, os envolvidos respondem por formação de organização criminosa, fraude fiscal, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro. Uma combinação que pode resultar em longos anos atrás das grades.

Esta operação mostra, mais uma vez, que a criatividade dos criminosos para burlar a lei parece não ter limites. Mas também prova que a capacidade de investigação das autoridades está à altura do desafio. Um jogo de gato e rato onde, desta vez, a lei saiu vencedora.