PF desmantela fábrica clandestina de armas no interior de SP: arsenal impressionante apreendido
PF desmantela fábrica clandestina de armas em SP

Era supostamente uma oficina mecânica comum, daquelas que você vê em qualquer esquina do interior. Mas o que a Polícia Federal encontrou em Sumaré, no interior paulista, na última terça-feira (19), era qualquer coisa menos comum. Uma fábrica clandestina de armas de fogo operando a pleno vapor — um cenário que parece saído de filme policial, mas era terrivelmente real.

Duas pessoas foram presas em flagrante, agarradas com as mãos na massa — literalmente. Os agentes se depararam com um verdadeiro arsenal caseiro: 17 armas de fogo (sim, dezessete!), sendo cinco pistolas .380 e doze revólveres calibre 38. Mas não era só isso. Havia também 300 munições, cinco carregadores e, pasmem, equipamentos de usinagem profissionais. Máquinas capazes de fabricar e adaptar armas como se fossem peças de carro.

O mais assustador? A perícia técnica da PF identificou que pelo menos oito daquelas armas eram caseiras, fabricadas ali mesmo, naquele antro improvisado. As outras nove haviam sido adaptadas ilegalmente — um trabalho que, convenhamos, exigia um know-how técnico assustador para um lugar tão precário.

Operação Metástase: cortando o suprimento

Tudo faz parte da Operação Metástase, um nome mais que apropriado para tentar cortar pela raiz a propagação do crime. A investigação começou há meses, baseada em inteligência e denúncias anônimas — aquela velha história de que em terra de bandido, ninguém fica em silêncio para sempre.

Os investigadores acreditam, e as evidências fortalecem a tese, que o local não servia apenas para fabricação. Era um ponto de reforma e adaptação de armas já existentes, um hub de personalização do crime. Todo o material apreendido foi encaminhado para o Instituto Nacional de Criminalística da PF em Brasília. Lá, os peritos vão vasculhar cada milímetro em busca de impressões digitais, marcas únicas das ferramentas e qualquer outro vestígio que possa levar a mais integrantes da rede.

Os dois presos — um homem de 54 e outro de 33 anos — agora enfrentam acusação por operar fábrica clandestina e associação para o tráfico de armas. Eles foram levados para a carceragem da PF em Campinas e, depois, transferidos para o presídio de Hortolândia. A Justiça deu 30 dias de prazo para a conclusão do inquérito.

Operações como essa são um soco no estômago do crime organizado. Mostram que a paranoia por armas pesadas não se restringe mais às grandes metrópoles — e que a criatividade criminosa é, infelizmente, uma força a ser reckonada.