
Era supostamente mais uma daquelas propriedades rurais tranquilas no interior paulista, mas escondia um segredo perigoso — e barulhento. A Polícia Federal acaba de desmantelar uma fábrica ilegal de armas em Salto, a cerca de 100 km da capital, e o que encontraram lá dentro é de arrepiar.
Mais de 40 fuzis, gente. Quatro dezenas de armas de guerra, prontas ou em fase final de produção, saindo de uma linha de montagem clandestina que funcionava à pleno vapor. A operação, batizada de “Fábrica de Pesadelos”, não foi por acaso — investigações minuciosas, que começaram ainda no primeiro trimestre deste ano, apontavam para o local.
E não eram apenas fuzis. A PF também apreendeu uma quantidade significativa de acessórios — coronhas, carregadores, silenciadores — e, pasmem, equipamentos de usinagem de precisão. Máquinas capazes de fabricar componentes balísticos com uma qualidade… assustadoramente profissional.
Um negócio milionário e mortal
O esquema era sofisticado. Os agentes acreditam que o local não só produzia, mas também reformava e adaptava armas de fogo, muitas delas possivelmente roubadas ou com numeração raspada. O destino? O crime organizado, claro. Esses fuzis são a moeda forte do tráfico e de facções, itens cobiçadíssimos que valem uma pequena fortuna no mercado negro.
Até agora, um homem foi preso em flagrante — considerado o operador principal do ponto. Ele deve responder por uma lista enorme de crimes, incluindo fabricação e comércio ilegal de arma de fogo de uso restrito, que é daquelas acusações que não perdoam.
O que isso significa na prática?
- Um duro golpe no financiamento do crime: Uma operação dessa magnitude corta um fluxo importante de armas pesadas, afetando diretamente o poderio de grupos criminosos.
- Apreensão recorde: 40 fuzis de uma só vez não é coisa que se veja todo dia. É um número expressivo, que mostra a escala industrial do que estava rolando ali.
- Foco no interior: O caso escancara como o crime organizado se espalhou para além dos grandes centros, usando cidades do interior pela discrição e logística.
A investigação, diga-se de passagem, segue firme e forte. A PF não descarta que essa fábrica fosse apenas uma peça num quebra-cabeça muito maior, possivelmente conectada a outras organizações. Novos desdobramentos e possíveis prisões estão no radar.
Enquanto isso, o material apreendido vai passar por perícia. Cada arma será rastreada para tentar vincular a crimes anteriores — quem sabe desvendando alguns homicídios ou assaltos não resolvidos por aí.
Um dia normal no interior de São Paulo que poderia ter terminado em tragédia, mas que, graças a um trabalho de inteligência paciente, virou um grande triunfo para a lei. E um aviso claro: a polícia está de olho, mesmo onde ninguém espera.