Nesta terça-feira, 2 de julho, a Polícia Federal deflagrou uma grande operação para desmantelar uma organização criminosa especializada em aplicar golpes contra a Previdência Social. Batizada de Operação Túnel Virtual, a ação tem como alvo um esquema suspeito de causar um prejuízo milionário aos cofres públicos, estimado em R$ 143 milhões.
Mandados são cumpridos em três estados
A ofensiva policial, autorizada pela 3ª Vara Federal Criminal de Belém, está em andamento em três unidades da federação. Ao todo, estão sendo executados 13 mandados de busca e apreensão e 7 de prisão preventiva. As diligências ocorrem no estado do Pará, epicentro das investigações, e também nos estados de São Paulo e Ceará, indicando a abrangência nacional do grupo criminoso.
Modus operandi da fraude contra o INSS
De acordo com as apurações da PF, a organização agia por meio de reativações irregulares de benefícios previdenciários. Os criminosos conseguiam acessar remotamente os sistemas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de maneira ilícita. A investigação já identificou 7.017 reativações fraudulentas realizadas pelo esquema.
Para invadir a rede interna da autarquia, os investigados utilizavam duas principais estratégias. A primeira consistia na instalação de dispositivos eletrônicos clandestinos dentro de agências do INSS. A segunda, ainda mais audaciosa, envolvia o aliciamento de servidores públicos. Funcionários eram corrompidos com a oferta de altos pagamentos em troca de suas credenciais de acesso institucionais. Em outros casos, programas maliciosos (malware) eram empregados para capturar senhas.
Parceria no combate ao crime organizado
A Operação Túnel Virtual não é um trabalho isolado. Ela resulta de uma força-tarefa conjunta entre a Polícia Federal e a Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social (CGINP/MPS). Essa parceria visa intensificar o combate a fraudes estruturadas que desviam recursos essenciais da seguridade social, afetando diretamente o financiamento de direitos da população.
A ação reforça o compromisso das instituições em coibir crimes financeiros sofisticados que exploram brechas digitais. A prisão preventiva dos investigados foi decretada com o objetivo de evitar a continuidade das atividades ilícitas, a destruição de provas e até mesmo eventuais fugas.